Cenários de Loriga


Cascata das Lamas (Ponte Zé Lages)

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Cascata das Lamas (Ponte Zé Lages)

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Os Bicarões
Situado na Penha dos Abutres, este local assim chamado, tem haver
pela formação ali de deslumbrantes quedas de água, nomeadamente
no inverno, às quais o povo se habituou a chamar de "Bicarões".
Local verdadeiramente paisagístico, bem como, toda a área
envolvente, ali chegados, dá-nos a sensação de voltar-mos para
trás no tempo, de dezenas ou até centena de anos
No verão todo aquele local se torna aprazível, encantador e belo,
mas no inverno torna-se temeroso e arrepiante.
Hoje de difícil acesso, tempos houve, de existirem caminhos acessíveis
que davam a terras de cultivo que existiam bem perto dos "Bicarões".
Em tempos já muito distantes, os "Bicarões" foi cenário de um trágico
acidente, que a poesia do povo ainda recorda.

*
Lá em cima nos Bicarões
Há lá um poço sem fundo
Caiu p´ra lá a Maria Emília
Que logo foi ter ao outro mundo

*
Ai que saudades
Ai que paixão
Dos tempos que
Já lá vão...

Os Bicarões

(Registado aqui - Ano de 2000)


Casa dos Velhos

Casa dos Velhos *
Situada na chamada Calçada Romana (Rua de S.Sebastião) perto
do cemitério, construída em pedra e xisto é bem a originalidade de
uma habitação serrana.
Perde-se a conta aos anos desde quando ali está construída, popularmente
chamada "Casa dos Velhos" este nome vem já de há muitos anos.
Consta de relatos antigos, terem chegado a Loriga, dois velhos a pedir esmola.
Como dormiam nas ruas, foi-lhes oferecido esta casa, para pernoitarem. Por ali
ficaram a viver durante muitos anos, por isso se passou a chamar "Casa dos Velhos", nome que foi
passando de gerações chegando aos nossos dias.

* Relato popular (Registado aqui - Ano de 2003)


As Ribeiras de Loriga

Dos motivos paisagísticos que mais impressionam o olhar sobre Loriga, é sem dúvida os recortes cravados em profundos vales e nestes correm velozes e sinuosos as águas cristalinas das ribeiras das Naves ou "Courelas e "São Bento" que parecem acariciar com um abraço de feição um castelo maravilhoso de intermináveis socalcos, que os antepassados loriguenses ergueram um dia com suor, para como que colocar em altar bendito a sua adorada terra.
As duas ribeiras de Lorigas que correm do nascente para o poente juntam-se ao fundo da vila para numa só se incorporar no rio Alva perto da Vide e assim as suas águas chegam ao rio Mondego e deste ao mar. Desde sempre estas ribeiras tem conservado os nomes como hoje ainda assim são chamadas, as suas águas nelas deslizando vertiginosamente parecem no verão silenciosas, pondo até a descoberto toda a sua beleza com as suas pedras mantendo a brancura da espuma com que são cobertas no rigor do inverno, quando as águas temíveis e furiosas parecem ter pressa de chegar ao mar.

Ribeira da Nave (cenário no Verão) Verão)ilde;o)

Ribeira da Nave (Inverno)

Ribeira da Nave (cenário no Verão)

Ribeira da Nave (cenário no Inverno)

- A Ribeira da Nave -

Mais popularmente chamada Ribeira das "Courelas" é, sem dúvida, a de maior caudal, principiando na "Garganta" junto aos poços de Loriga. Tem a particularidade de somente uma fábrica de lanifícios ter sido construída junto a ela, ao contrário da ribeira de São Bento onde, de facto se implantou a maior força industrial desta Vila.
Ao longo do seu percurso as águas da ribeira das "Courelas" foram, desde sempre, muito utilizadas para regadio, assim como, também, muito úteis na movimentação dos muitos moinhos de água que um pouco por todo o seu percurso chegaram a existir. É também por esta ribeira, que os Loriguenses têm uma certa atracção pois, desde sempre, eras nas águas cristalinas dos muitos dos poços nela existentes, que a população mais acorria para se banhar, o mesmo acontecendo hoje, ao ter sido nela construída a Praia Fluvial de Loriga.
Como se disse, esta ribeira tem a característica de ser dali que sai a maioria da água para o regadio das sementeiras, encaminhada através de levadas construídas que a levam a qualquer local por mais remoto que seja, inclusivamente, a levam também a passar pelo centro da vila.
São muitos os poços que se estendem ao longo do leito desta ribeira e que parecem estar ainda na memória de todos, ficando mesmo para sempre na recordação, porque de todos eles parece haver histórias para contar.- Poços do Açude; Zé Lages; Pinheiro; Caldeirão; Meninas; Moinhos; Da Olinda; Curilha; Courelas; Eras; Caneladas; Aparício; Forte; Inácio; João Freire; Broca etc., todos eles parecem ser lugares sonhadores à excepção do "Caldeirão" que se torna medonho com lendas mesmo para contar, que diziam alguns tinha um "calhão" sem fundo, por isso, serem poucos os que ali se atrevem a nadar.
A Ribeira da Nave tem ainda como afluente, um pequeno ribeiro chamado do "Cortiçor" que se forma junto ao poço do "Bicarões" e se vai juntar a esta ribeira junto ao poço do Pinheiro (Moenda). Sobre esta Ribeira passam algumas pontes, por ela passa a mais história via da vila de Loriga, ou seja a Ponte Romana que durante séculos foi sem dúvida a única construída em cantaria, além desta, há a ponte do "Zé Lages" onde passa a Estrada Nacional Nr.231 e aqui que está situada a Cascata das Lamas, há também a ponte do "Ribeiro da Ponte" e ainda uma outra ponte esta de madeira e de passagem no local conhecido por "Duas Ribeiras" onde as duas ribeiras de Loriga se juntam. Estas últimas três unicamente para passagem de peões.


Ribeira de São Bento (Verão)(Verão)ilde;o)(Verão)ilde;o)

Ribeira de São Bentoo Bentoo Bento

Ribeira de São Bento (cenário no Verão)

Ribeira de São Bento (cenário no Inverno)

- A Ribeira de São Bento -

A Ribeira de São Bento, menos vistosa tem uma característica própria na sua história, de ter sido no passado, de verdadeira importância no poder económico e progresso da vila de Loriga. Foi junto a esta ribeira que principiou a industria de lanifícios com a construção das fábricas, pois eram as suas águas a força motriz para as mover, que tornaram a Vila de Loriga um das principais terras industriais do distrito da Guarda.
Como aconteceu um pouco por todo o lado o principio da industria de lanifícios começou junto aos rios ou ribeiras onde eram construídas as fábricas, por isso a necessidade da água para a laboração das mesmas, Loriga não fugiu à regra e as condições excelentes da Ribeira de São Bento foi fundamental para o desenvolvimento da industria de lanifícios em Loriga, hoje apesar de não haver essa necessidade, as fábricas da vila de Loriga que se continuam a visionar ao longo da ribeira de São Bento, fazem hoje parte de um passado, mesmo abandonadas e algumas em ruínas são testemunhos presentes de quanto foi útil as águas que corriam na ribeira e importantes no progresso da vila de Loriga.
A origem do nome desta é por nascer junto ao Cabeço de São Bento, tendo também um pequeno ribeiro que a ela se junta perto da antiga fábrica das Tapadas, ao longo do seu percurso tem quatro pontes duas em cantaria a dos "Leitões" passagem da estrada Nacional Nr.231 e a do "Porto".
Tem ainda duas pontes em madeira situadas uma junto à fábrica "Moura Cabral" e uma outra onde se juntam as duas ribeiras. Nos últimos passou a dispor de uma outra passagem esta em betone, junto ao lugar conhecido por "Regato" .
Não sendo os seus "poços" tão atraentes para os banhistas como são os da ribeira das Courelas é também ao longo da ribeira de São Bento que existiram alguns moinhos que foram de muita laboração mas que com os tempos foram também perdendo a sua actividade.
As ribeiras de Loriga, são pois algo que faz parte do que a Natureza construiu para dar à vila de Loriga um esplendor de beleza e de riqueza e acima de tudo na sobrevivência das pessoas e da Vida.

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Nota:-As ribeiras de Loriga são, pois, algo que faz parte do que a Natureza construiu para dar à vila de Loriga um esplendor de beleza, de riqueza, de vida e sobrevivência das pessoas.

Vídeos

= Ribeirada em Loriga =

= Ribeiras de Loriga =

= Águas vivas na ribeira =


Os Balcões de Loriga

Os balcões de pedra que se vêm um pouco por todas as ruas, largos e becos de Loriga antiga, fazem parte da arquitectura rural da povoação desde o seu início, e são um contributo para a tornar numa vila bela, típica e verdadeiramente acolhedora.

Ao percorrer a Vila de Loriga, decerto irá reparar em muitos Balcões de pedra, que dão o acesso a muitas das habitações, havendo, em tempos, muitos mais.
Na década de 1950, uma decisão arrojada levou o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de então, Manuel Gomes Leitão Júnior, a uma politica do "deita abaixo" de muitos dos balcões que existiam, os quais, segundo consta, dificultavam o acesso a muitas ruas e becos.
Os Balcões são normalmente construídos em granito, e perde-se no tempo as gerações que por ali passaram e se sentaram naquelas pedras gastas e nuas que, ao mesmo tempo, são testemunhas ou mesmo relíquias simbólicas do um passado e de uma outra realidade.
Em épocas já distantes, era típico ver as pessoas sentadas nos balcões, tagarelando ou cantando em paz e harmonia, sendo hoje lembranças e saudades que ficaram na recordação de muitos, mas que aos poucos se vai vendo desaparecer.
Hoje com a cimentação de muitos dos Balcões de pedra o que, de certa forma, representa um atentado à arquitectura tradicional e pitoresca da vila, os Balcões de pedra vão perdendo, desse modo, a sua originalidade secular.
No entanto ainda hoje podemos ver muitos na sua originalidade até alguns ornamentados com vasos de flores, o que os torna ainda mais pitorescos e bonitos.

Balcões numa das ruas de Loriga (Rua das Flores)

(Registado aqui - Ano de 2005)


O Prédio da "Escola Velha"

Imóvel possivelmente quase centenário, foi mandado construir por gente abastada de Loriga, que foram os seus proprietários durante longas décadas, tendo por fim como proprietário o Dr. Fernando Pais Amaral Mendes, o último descendente dessa família, que por sua vez veio a vender o dito imóvel a José dos Santos Amaral, o "Zé Adriano" como assim era conhecido no meio loriguense, que após a sua morte e da sua esposa, ficou para os seus descendentes, atuais proprietários.

Este prédio da "Escola" como assim foi sempre conhecido, na realidade era ali que funcionou a escola primária, além de ser também casa de habitação de professores, tudo isso nas décadas de 1930, 40 e 50. Mesmo com a construção do primeiro imóvel da Escola Primária de Loriga (onde hoje é a Junta de Freguesia) situado na "Fonte do Mouro" este imóvel "Escola" situado na "Praça" como é assim conhecido aquele local de Loriga, como se disse, está nas gratas recordações de uma certa geração loriguense, pois foi sempre uma solução e uma mais-valia e ao mesmo tempo de apoio à escola primária, tendo em conta de o dito imóvel então construído, ter apenas duas salas e considerado muito limitado, pois a existência de cada vez de muitas mais crianças na idade escolar, era de facto grande a preocupação que continuava sempre muito presente em Loriga.

A escadaria principal que dá acesso a este prédio, mais concretamente onde funcionou a velha
"Escola", continua ainda hoje a ser chamada por "Balcão da Escola Velha", local de muitas recordações, verdadeiramente nostálgico e talvez o balcão de Loriga dos mais castiços. Na realidade é um recanto de saudade, de tertúlias, de encontros, de belos momentos de cavaqueira ali passados, pedras silenciosas, que se falassem muito tinham para contar, ali se sentaram gerações de miúdos, jovens, rapazes e homens, que ali trocaram novidades, alegrias e tristezas, onde a alma da saudade não faz esquecer aquele recanto, que hoje olhando aquele balcão, nos vem à memória as pessoas e aquelas pedras que se conheceram.

Foto de Zé Fernandes 2014

Balcão da "Escola Velha"

(Registado aqui - Ano de 2007 - 2313)


Becos e Pátios de Loriga

São recantos típicos e pitorescos de uma vila antiga, que podemos ver e admirar um pouco por toda a parte histórica de Loriga. Um viver em comunidade onde os sentimentos, amizades, alegrias, tristezas, vivem lado a lado e se cruzam dia a dia na mesma vivência, estando bem presentes a mesmas calçadas, as soleiras das portas, as mesmas portas, os balcões, as próprias pedras, tudo isso, continuando a serem testemunhas silenciosas de um passado de gerações, que parecem guardarem para sempre as recordações.
Mesmos os tempos hoje em dia serem outros, os Becos e Pátios de Loriga continuam ainda bem presentes nas raízes de um povo e de uma vila histórica muito antiga. É um viver em comunidade que representa acima de tudo a continuação da amizade e da fraternidade, que une pessoas de uma terra amada, mesmo após deixarem esses locais e partirem para outros lugares, mas que estejam onde estiverem, continuam a ter sempre presente estes recantos onde nasceram e que recordam numa nostalgia de saudade.
Becos e Pátios de Loriga, recantos de casas antigas com muitas histórias para contar, gerações de famílias ali nascidas e criadas, que representam hoje para todos saudades que vão transportando nos seus corações, locais onde as alegrias, as tristezas, as dificuldades, de apenas uns, passam a ser compartilhadas por todos.
Por vezes dizemos que os tempos são outros porque, entretanto, deixou de haver os hábitos de outras eras, estes recantos apesar de continuarem bem presentes, parecem já não terem como dantes, a mesma veemência de esses outros tempos e que vão estando ainda bem presente em muitos, quando as pessoas passavam os serões nas soleiras das portas, comentando as vidas, as novidades, os segredos, rindo, cantando cantigas populares e as Loas a Nossa Senhora da Guia, ou mesmo rezando o terço, enfim, hábitos de uma vida diferente que o tempo moderno, não se compadecendo, vai tentando ao poucos apagando das nossas memórias.

Beco de S.Genes

(Registado aqui - Ano de 2007)


Calçada Romana de Loriga

Depois de vencerem os Cartagineses, os Romanos chegaram à Península Ibérica no século III A.C. e, após muito tempo de guerras, conseguiram conquistar todos os territórios à volta do mar Mediterrâneo, dominando todos os povos que aí viviam, e formando um grande império.
Os povos do centro e norte da Península Ibérica, como os Galaicos e os Lusitanos, resistiram heroicamente à ocupação romana, durante quase 200 anos, mas acabaram também por ser vencidos.
Para responder às exigências do modo de vida, nomeadamente as deslocações dos exércitos romanos, as trocas comerciais, permitindo uma ligação mais rápida entre as principais cidades e ainda uma melhor ligação no envio para Roma das riquezas e impostos, os Romanos procederam à construção de uma rede de estradas e pontes, que continuam a permanecer até hoje entre nós.
Uma dessas estradas passava em Loriga, uma ligação das terras mais a sul, até às terras de Sena e de Conimbriga.
No seu trajecto por esta localidade, são ainda bem visíveis, em muitos locais, alguns troços da Calçada Romana que passava sobre as duas ribeiras, tendo os Romanos construído duas pontes, uma das quais ainda existente.

Calcada Romana

Calçada Romana em Loriga

(Registado aqui - Ano de 1999)


Coreto do Recinto de N.S.da Guia

Coreto na Nossa Senhora da Guia

Coreto do Recinto de N.S.da Guia
Erguido em frente da Capela de Nossa Senhora da Guia,
é, presentemente, o único Coreto existente em Loriga.
Foi mandado construir por alguns dos Loriguenses
emigrados no norte do Brasil, que faziam parte de uma
grande colónia de loriguenses, há muito anos radicada
naquela zona de Brasil, e que foram grandes beneméritos
da sua adorada terra.
Na placa colocada neste Coreto, datada de 1905, poderão
ler-se os nomes desses beneméritos que contribuíram para
a sua construção:
"Joaquim Fernandes Gomes, António Duarte Pina, Augusto
da Costa Madeira, José Lopes de Brito, João de Brito, José
Alves Nunes Pina, Manuel dos Santos Silva, José de Moura
Galvão e José dos Santos Portela"

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte do Porto

Construída em 1882, esta ponte original de Loriga, é popularmente chamada "Ponte do Arrocho" devido à sua configuração.
Toda ela construída de granito, fica situada sobre a Ribeira de São Bento, ligando a povoação propriamente dita ao pitoresco "bairro" do Porto.

Ponte do Porto (vulgo Ponte do Arrocho)

Ponte do Porto

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte do "Zé Lages"

Ponte do Zé Lages
A Ponte do Zé Lages, sobre a Ribeira das Naves ou "Courelas" como popularmente é assim chamada, está situada no local também conhecido pelas "Lamas". Passou a ser conhecida por "Ponte do Zé Lages" quando da construção da Fábrica do "Zé Lages" ali existente.
Ponte de rara beleza construída quando da construção da estrada, trajecto Fábrica dos Leitões até à "Selada", nos finais da década de 1920 e princípios da década de 1930. A conclusão das obras ocorreu no ano de 1932, conforme se pode visionar na data nela inserida.
Toda ela construída com pedras de granito que mãos artísticas trabalharam em cantaria, que para além de trabalhadores loriguenses verdadeiros artistas na arte de trabalhar as pedras, que na altura existiam em Loriga, teve também um dos grandes responsáveis por esta obra da Ponte do "Zé Lages" um senhor de apelido "Roxo" natural de Alcains, que na altura veio trabalhar para Loriga.
Recordamos que este senhor foi também o responsável pelas pedras colocadas ao longo da estrada dos Leitões à "Selada" que assinalam os 100 metros.
Já agora também recordamos que esta dita estrada dos Leitões até à "Selada" foi feita pela maioria de trabalhadores de uma comunidade vinda do Alentejo de uma localidade chamada Fronteira.

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte do Cortiçor

A Ponte do Cortiçor, sobre o Ribeiro da Bouqueira ou dos Bicarões como também é assim chamado, está situada no local conhecido por Cortiçor.
Ponte toda ela em cantaria foi construída quando da construção da estrada, trajecto da Fábrica dos Leitões até à "Selada", nos finais da década de 1920 e princípios da década de 1930. Pensa-se que a conclusão das obras deviam ter ocorrido em 1932 simultaneamente quando da conclusão das obras da Ponte do "Zé Lages".

Ponte do Cortiçor

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte do "Riberio da Ponte"

Ponte do "Ribeiro da Ponte"

Esta ponte sobre a Ribeira das Naves ou "Courelas" como popularmente mais conhecida, encontra-se situada no local conhecido pelo "Ribeiro da Ponte" logo no seguimento do lugar chamado "Presa" fazendo parte do trajecto de acesso à "Canada".
Apenas destinada a passagem de pessoas, desconhece-se em concreto a data precisa da sua construção, mas tudo levando a crer ser de facto muito antiga, fala-se mesmo ter mais de 100 anos de existência. Naquele lugar segundo relatos antigos, sendo a actual ou outra que pudesse existir antes, foi sempre meio de passagem sobre a ribeira durante séculos.
Esta ponte é na realidade a principal ligação no trajecto entre a vila e a "Canada", bem como, foi também durante muitos e muitos anos o principal e único caminho de ligação, para a povoação do "Fontão, anexa de Loriga.

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte Romana em Loriga

Situada sobre a Ribeira das Naves e, muito perto do local
chamado por "Moenda", é uma ponte de um só arco, n
ão se sabendo com precisão, a data da sua construção.
O que se sabe, é que faz parte dos muitos vestígios da presen
ça romana nesta zona da Serra da Estrela.
Em alguns locais desta vila, ainda hoje se podem admirar troços de
calçada romana, caminho que ligava Loriga a Sena e Conimbriga.
Sobre a Ribeira de São Bento, existiu também uma outra ponte
romana que fazia parte do mesmo caminho, só que essa não chegou
aos nossos dias.

Ponte Romana em Loriga (Século I a.C.)I a.C.)I a.C.)

Ponte Romana em Loriga (Século I a.C.)

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ponte dos Leitões

Ponte dos Leitões


A Ponte dos Leitões sobre a Ribeira de São Bento,
fica situada no local popularmente conhecido por
"Leitões" que está relacionado à fabrica com o mesmo
nome que foi ali fundada.
Também construída em granito ficou concluída quando
da construção da estrada de Loriga nos finais da década
de 1920. No entanto, sabe-se que naquele lugar já
era local de passagem muito antes da construção da ponte.

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ruas históricas e tradicionais

A Rua Sociedade Recreativa Musical Loriguense, popularmente mais conhecida por "Rua Escura", a Rua de São Bento e também um lanço na Rua Passos do Senhor, que fazem parte do centro histórico desta vila, são calcetadas com pedras originais da região de Loriga, de diversas qualidades e variados formatos, por isso serem consideradas as ruas mais típicas de Loriga, únicas ainda a manter esse seu piso primitivo, que as tornam em ruas tradicionais.

Rua Sociedade Recreatica Musical Loriguense,

Rua de piso tradicional

(Registado aqui - Ano de 2000)


Praia Fluvial de Loriga

Começou a funcionar no Verão de 1998, tendo sido inaugurada oficialmente no dia 27 de Julho de 1999.
O Secretário de Estado do Ambiente José Guerreiro, deslocou-se a Loriga para a inauguração oficial onde foi, também hasteada a Bandeira Verde com a qual foi premiada, devido à excelente qualidade das suas águas.
Com análises efectuadas pela sub-região de Saúde da Guarda estas águas, de verdadeira pureza e límpidas,
"podem até ser bebidas sem qualquer tratamento" dão ainda maior relevo à atribuição da bandeira verde, pelo facto de ter sido esta Praia a única no Distrito da Guarda a merecer tão elevada distinção.
Situada numa magnifica paisagem desta localidade e da Serra da Estrela, é na realidade um local atraente e agradável para tempo de descanso e de laser, não havendo quem, dadas as condições, resista a dar um mergulho naquelas águas cristalinas.
Obra realizada com custos na ordem dos 20 mil contos, dos quais 75% foram financiados pela Câmara de Seia, estão ainda em curso outros projectos, que incluem a criação de infra-estruturas, que visem tornar ainda mais apetecível aquele lugar e a Praia fluvial.
O sonho, vindo de longe, de tornar aquele local um espaço de vida em termos de qualidade
ambiental foi, pois,
concretizado. Os Loriguenses estão orgulhosos e, por certo, sabem que o visitante encontrará neste lugar um cenário grandioso, atraente e emotivo.

Praia Fluvial de Loriga

Praia Fluvial de Loriga

(Registado aqui - Ano de 2001)


Janeiro de 1912

Praia Fluvial de Loriga
- Candidata às 7 Maravilhas - Praias de Portugal -

A Praia Fluvial de Loriga é candidata às 7 Maravilhas - Praias de Portugal e foi já validada pela organização. Na região são seis a praias seleccionadas, fazendo Loriga parte da lista de "Praias de Rios", assim como Aldeia Viçosa (Guarda), Relva da Reboleira (Manteigas) e Unhais da Serra (Covilhã). Valhelhas (Guarda) e Vale do Rossim (Gouveia) foram catalogadas na categoria de "Praias de Albufeiras e Lagoas".
As candidaturas vão agora ser analisadas e votadas por 70 especialistas, aos quais cabe eleger as 70 praias pré-finalistas. A lista final será revelada a 27 de Fevereiro.


Fevereiro de 1912

A Praia Fluvial de Loriga
- Candidata às 7 Praias mais Maravilhas de Portugal -

A Praia Fluvial de Loriga está já incluída nas 70 Praias pré-finalistas candidatas às sete melhores praias do país. Segundo a organização a votação para esta lista de pré-finalistas foi realizada por um conselho científico que elegeu 10 praias portuguesas em sete categorias
A Praia Fluvial de Loriga, está na categoria de "Praias de Rios", conquistando já um primeiro júri, ao ser nomeada para estar já nas 70 pré-finalistas, por que na verdade é uma das mais belas Praias, em que os seus frequentadores, se sentem envolvidos numa conjugação de predicados, beleza, zona de laser, água cristalina e onde a Natureza é verdadeira rainha.
Seja qual seja o resultado final foi já uma vitória ser a nossa Praia Fluvial escolhida e eleita nas 10 praias portuguesas na sua categoria.

Até 7 de Maio, um conjunto de 21 personalidades irá seleccionar três praias por cada categoria, para que o público possa escolher as sete praias vencedoras. A declaração oficial das vencedoras decorrerá em Setembro


Maio de 1912

PRAIA FLUVIAL DE LORIGA
SELECIONADAS NAS 21 PRAIAS MARAVILHAS DE PORTUGAL

Foi uma Vitória para Loriga e para Loriguenses, que bem alto podemos gritar VITÓRIA, tendo todos nós Loriguenses razão mais que suficiente, para dar largas ao nosso contentamento, tendo-se a certeza de que a nossa Praia Fluvial merecia tão honrosa distinção, por ser um local de sonho e onde na verdade é uma das mais belas praias fluviais, em que os seus frequentadores, se sentem envolvidos numa acalmia, num bem-estar, conjugado nos predicados, de beleza, zona de laser, água cristalina e onde a Natureza é na verdade rainha.
Se já estávamos satisfeitos e orgulhosos de vermos a nossa Praia nas 70 Pré-finalistas, mais satisfeito estamos de a nossa praia passar às 21 Praias finalistas. Nesta emissão desta programação de selecção hoje efectuada em directo na RTP1, foi anunciado como padrinho da nossa Praia Fluvial de Loriga, o bem conhecido e conceituado locutor da rádio e televisão António Sala, que veio ainda dar mais brilho e relevo à nomeação da nossa Praia como uma das 21 Praias selecionadas, de onde sairão as "7 Maravilhas - Praias de Portugal.

VIVA LORIGA, VIVA A PRAIA FLUVIAL, VIVA OS LORIGUENSES

A partir da próxima meia-noite, podem começar a ser votadas as 21 Praias, votação a efectuar pelo público e que se vai prolongar até à meia-noite do dia 7 de Setembro deste ano de 2012, para então no dia seguinte dia 8 de Setembro, ser efectuada a declaração oficial das 7 Praias vencedoras, que será feito em directo na RTP, a partir de Tróia.

6.Maio.2012
- Dia Histórico para Loriga e sua região


Agosto de 1912

RTP 1
- Roadshow em Loriga -

Foi na verdade magnífico o Roadshow em Loriga, programa da Rádio Televição Portuguesa (RTP 1) em direto, acontecimento que ficará marcado na nossa história de Loriga, nunca já mais tinha tão sido falado o nome do Loriga, com os olhos do país e do mundo endereçados para a encantadora vila, a princesa da Serra da Estrela.

Espaço de conteúdos dados a conhecer, o relevo da beleza sem igual, a água cristalina, gastronomia, especialidades, história, memórias e muito mais, num programa sempre com a presença de muitas pessoas que foi de enaltecer.

Cabe aqui realçar as magníficas intervenções dos irmãos Amaro, Carlos, João e também Gabriela, dos senhores Presidentes da Junta e do Município, a oportuna apresentação das especialidades loriguenses e região.
As interessantes e oportunas rubricas gravadas relacionada à restauração, Bolo Negro, malhas e também o recorte de história na voz do nosso amigo e grande loriguense José Pina Gonçalves, enfim, foi de facto um dia marcante em Loriga, com a nossa terra a sair engrandecida, bem como, foi gratificante de ver toda aquela gente que ali se deslocou, apoiando e também figurante do belo programa, por isso, não nos cansamos de dizer, por tudo isto, foi já uma grande vitória, independente do resultado final que possa vir a ser ocupado pela nossa Praia Fluvial de Loriga, em processo de votação até ao dia 7 de Setembro próximo.


Setembro de 1912

"7 Maravilhas - Praias de Portugal"
- Dia D -

Realizou-se ontem a eleição das "7 Maravilhas - Praias de Portugal" com o canal de televisão RTP 1 a transmitir em directo e com os olhos de todos os loriguenses, pregado no ecrã da televisão, numa esperança sempre presente de que a nossa Praia Fluvial pudesse ser eleita, apesar de se saber ser bastante difícil, perante outras praias de peso a competir tal como nós na categoria de Praias de Rio.
Foi eleita a Praia de Vila Nova de Milfontes, uma daquelas de peso, apesar de no meu entender, porque a conheço, não se enquadrar em Praia de Rio, por isso não compreender muito bem o facto de constar nessa categoria.
No entanto, temos que aceitar a decisão, apesar de saber-se dos muitos interesses envolvidos, nomeadamente pelo organismo que promoveu este concurso, sendo então eleita a Praia de Milfontes, portanto considerada a mais votada e por isso temos que nos resignar perante os factos, mas o que interessa para todos nós loriguenses, é a nossa Praia Fluvial ter competido e ter chegado a esta final que por tudo isso foi uma VITÓRIA, para o orgulho de todos nós.
Estão os loriguenses todos de parabéns, estamos certos de todos se sentiram orgulhosos, foi uma Vitória para todos ao vermos a nossa Loriga, a sua Praia e a nossa região engrandecida, para aqueles que não votaram e nada fizeram para promover a nossa Praia, para esses foi uma vitória amarga com a qual tem que viver.
Para nós loriguenses a nossa Praia Fluvial foi a vencedora, e não há melhor que ela, o resto não interessa.


PRAIA FLUVIAL DE LORIGA
- Processo de construção -

Qual ex-libris que se preza, Loriga, desde sempre se orgulhou de ser detentora das mais belas paisagens do país e do mundo, sejamos francos. Cada recanto é mais um "encanto" mesmo para o mais distraído dos visitantes. Não se trata de lugares comuns que se repetem por aí em qualquer "resort" deixado à criatividade do mais conceituado dos arquitetos.
Para nosso orgulho e desmesurado prazer dos apreciadores, fomos fadados pela Natureza com recantos sem igual, onde a mão do homem tem que ser acautelada para não descaraterizar o que não é possível recriar, por mais iluminado que seja o artista...
O "lugar das Lamas", onde se encaixa com perfeição a "Praia Fluvial de Loriga", é um desses lugares dotados da mais bela panorâmica, que o homem soube aproveitar como local de lazer, com mestria.

É um exemplo de como é possível utilizar os locais mais sensíveis de um determinado ecossistema, sem o descaraterizar, dotando-o, no entanto, das condições dignas dos mais atraentes espaços que o homem criou, porque a Natureza não foi tão pródiga quanto para Loriga.
Lugar utilizado há décadas, sobretudo pela imensa "pequenada" que povoava Loriga, para se refrescar e nadar no Verão nas cândidas águas da Estrela, o "Zé Lages", como então era conhecido, ombreava desde já com o mítico "Poço Forte", a "Curilha" ou Poço das Courelas".
Era no entanto necessário dotar o local, desde logo, com um espelho de água que permitisse umas braçadas largas e admitisse uma capacidade de utilizadores de acordo com a elevada procura, dado que o então "Açude", não passava de um charco para a "malta" se refrescar.
Era chegado o ano da graça de 1996, quando a Junta de Freguesia de Loriga tomou em mãos tamanho sonho, no sentido de o corporizar na realidade que hoje ali se espelha. Para tal era necessário empenho e dinheiro e este não abunda pelas bandas da Freguesia de Loriga.
Pela escritura pública, lavrada no Cartório Notarial de Gouveia, foi adquirida aquela mesma parcela de terreno, ao então proprietário, Dr. Bastos, pela quantia de 400 contos.
Segue-se o projeto do "Açude", que se pretendia "satisfatório" em termos de reserva de água, mas minimalista em termos de impacto na paisagem.
Após uma primeira tentativa frustrada, pela fraca qualidade da proposta, surge a ideia de "deitar mão" dos muitos recursos humanos de que Loriga dispõe pelos diversos serviços no país, com possibilidade de um abrir de portas a ideias e financiamento.
Contámos desde logo, sem reservas, com a preciosa colaboração do Parque Natural da Serra da Estrela, então liderado pelo Sr. Arquiteto Osório, um aliado desde o primeiro momento, onde todos os técnicos e funcionários eram prestimosos colaboradores.

Foi entretanto a ligação ao saudoso amigo e conterrâneo, António Amaro - que na altura ocupava um cargo de relevo da Direção Regional do Ambiente do Centro, em Coimbra - vulgo "Hidráulica do Mondego" que rasgou horizontes. Com o seu entusiasmo contagiante e a tenacidade que se empunha à JFL, avançou-se com o projeto do açude com a solução que aí figura - minimalista mas funcional - completamente à custa do voluntariado pessoal de técnicos deste departamento que contaram com o apoio incondicional do Diretor deste departamento.
A par deste processo apresentou-se nesta Direção Regional a candidatura para financiamento da mesma, processo gorado, dado que a verba foi desviada, por influências políticas, para uma candidatura do Concelho de Gouveia.
Apesar do percalço, nem por sombras se esmoreceu. Era preciso avançar, nem que tivesse que se encurtar o passo.
E assim foi:
No final do ano de 1996 foi adjudicada a construção do "Açude" à empresa Granitocivil, de António Pina, pelo valor de dois mil e quinhentos contos, verba disponibilizada pela CMS, o qual é inaugurado com grande entusiasmo pela população no início do Verão de 1997.
Agora era necessário dotar o local de um edifício de apoio e organizar o espaço dotando-o do equipamento necessário à função.
Foi então apresentada candidatura desta segunda fase, cujo projeto fora levado a cabo pelo Parque Natural da Serra da Estrela.
Numa primeira fase foi adjudicado o edifício, pela CMS pelo valor de oito mil contos à firma Bripocol, de Vítor Amaral, mas faltava o mobiliário e arranjos diversos. Foi então que, numa segunda fase se apresentou uma candidatura diretamente à então Secretaria de Estado do Ambiente, departamento onde a JFL encontrou contactos privilegiados.
Aprovada a verba, na ordem dos 3 mil contos, coube ainda à Bripocol dar o "toque" final para que o local se tornasse aprazível e viável para a prática a que se destinava.
A par deste processo foi requerida uma distinção especial para este local único, que consubstanciasse a sua qualidade ambiental, pelo que foi galardoada com a bandeira verde.
Foi neste cenário de autêntica satisfação que, em julho de 1999, o mesmo Secretário de Estado que aprovara a candidatura - DR. José Guerreiro, preside à cerimónia da sua inauguração oficial e distinção com o galardão "Bandeira Verde" que ainda mantém.
Este apontamento histórico, reflete de forma sintética a génese da Praia Fluvial.
Claro que houve durante o seu período de funcionamento períodos menos bons, mas que se foram limando e hoje, a Praia Fluvial de Loriga é um ícone de Loriga, do concelho de Seia e desta Serra da Estrela, reconhecida pelas entidades oficiais governamentais e não-governamentais como lugar de grande beleza e qualidade e claro por todos os seus utilizadores.
Convém referir que no enquadramento temporal do acima do atras descrito eram membros da Junta de Freguesia: Presidente- José Manuel Almeida Pinto, Secretário - Luís Manuel Pereira Fernandes e como Tesoureiro - Manuel Henriques de Lemos.

(Carlos Amaro - Maio2012))


Sepultura antropomórfica (Século VI A.C.);culo VI A.C.);culo VI A.C.)

Sepultura antropomórfica (Século VI A.C.)


Caixão da Moura

Sepultura antropomórfica que se encontra no lugar que foi desde sempre conhecido por "Campa" e que fica a cerca de 2 Km do centro da Vila.
Este singelo monumento em local praticamente escondido pela vegetação, pouco ou nada se sabe da sua origem.
Embora se não possa precisar a data, é mais do que certo ter sido deixado ali há mais de 2.000 anos, mesmo até antes da chegada da civilização romana a esta região.
Através dos tempos, muitas versões de opinião se tem conhecido a respeito deste monumento, mesmo até ao fim a que se destinava.
Do muito que se tem dito e que, apesar de tudo, parece mais viável, este monumento teria sido um túmulo coberto por uma laje que entretanto desaparecera. Assim sendo, é pois provável, ter sido aquele lugar um local de culto, a avaliar, até, pelo facto de se encontrar no sopé do monte em cujo cume existiu um
Castro. Outras teorias dão conta de que o "Caixão da Moura" se trata de um "lagareta", pequeno lagar para pisar uvas, teoria que pode merecer alguma aceitação mas em séculos posteriores à sua origem.
Indiferente a que tudo se possa dizer ou contar, este monumento é de valor histórico e, por isso, deve ser protegido. A sua verdadeira história ficará, para sempre, numa mistificação de ecos mudos e surdos como, de certo, vem acontecendo através dos séculos tempestades e noites.

(Registado aqui - Ano de 1999)

A "Moura"

Era verão, noite enluarada
Raios de luz, estrelas no céu
Trajava verde cor da mata
De cinza-rocha era seu véu.

Na borda do seu caixão
Eu vi a Moura altiva
Com seu pente na mão
Belos cabelos penteava.

Ao lado de seu ataúde
Eu vi a Moura a sorrir
A alma que anseia vive
Som da guitarra a ouvir.

No seu banco de pedras
Eu vi a Moura sentada
Punha sandálias de tiras
Pra passear na calçada.

Vista Alegre na ladeira
Eu vi a Moura a descer
Bilha de barro à cabeça
Na sua fonte a encher.

No pinhal bem ao meio
Eu vi a Moura a esperar
Cavaleiro Mouro já veio
Pra Vila Moura a levar.

Se lá passares, olha se a vês !
Faz uma quadra pra ela.

Autor : Antero Almeida Figueiredo
Agosto/2004- SP, Brasil


"Garganta" de Loriga

Garganta de Loriga

"Garganta de Loriga"

***

Quem não conhece a Serra da Estrela, mal pode imaginar o que ela tem de grandioso e impressionante. Considerada como a mais bela de Portugal, não só pela vastidão do panorama que se pode desfrutar mas, acima de tudo, pela prodigalidade da natureza ali tão exuberantemente evidenciada tendo, na "Garganta de Loriga",o melhor da sua imponência e sedução.
De qualquer lado que ela seja vista na sua grandiosidade, é cingida por gigantescas e alcantiladas massas graníticas dum cinzento-escuro, que lhes dão a forma de desmesurado V, onde deslumbra o granito talhado pelo Glaciar que há milénios era Rei e Senhor das terras altas, cravando a sua marca numa paisagem de vislumbrar, que hoje podemos identificar com extrema facilidade, nos granitos polidos, nas moreiras e blocos erráticos.
O espectáculo que a natureza nos oferece da "Garganta de Loriga" é dos mais surpreendentes e, perante o qual, nos sentimos diminuídos e subjugados, como águia já impossibilitada de dominar o espaço nas alturas.
No inverno em dias tempestuosos, impressiona pelo roncar constante dos vagalhões das suas cascatas, mas, quando o sol doirado desponta sobre aquelas enormes penhas, os seus sorrisos abertos recebem lá os bons dias do lindo sol para depois despejar pelos vales e Vila dando, assim, sinal da nova vida que está chegando: - uma nova Primavera a sorrir num reino de esplendor que é Loriga.

(Registado aqui - Ano de 1999)

***

Vídeo

= Descida da Garganta de Loriga =


Moinho em actividade (2003)

Interior do Moinho do Teixeiro (2002) -ainda em actividade-

Os Moinhos de Loriga

A construção dos moinhos de água junto às ribeiras ou rios, era precisamente por ser a água a força motriz para a sua laboração. Uma engenharia vindo dos tempos mais remotos, consistia no encaminhamento das águas por levadas ou calhas, para movimentar rodas construídas para o efeito, no sentido de fazer rodar a mó, e assim ser efectuada a moagem do milho e centeio.
É de salientar a importância que os moinhos tinham na economia local, designadamente na moagem do milho, com cuja farinha se confeccionava a tradicional e gostosa broa de milho.
Ao longo das duas ribeiras de Loriga, foram em grande número os moinhos hidráulicos que existiram, sendo os mais vulgares os de roda motriz horizontal - moinhos de rodízio. À excepção de um ou outro, em que a sua movimentação se procedia por uma grande roda no exterior, em todos os outros, a água era encaminhada para a parte inferior do moinho onde, em queda rápida, a mesma fazia rodar uma roda de penas ou penado e, esta por sua vez, através de um eixo, lobeto ou ligação, veio e argolas, fazia movimentar a mó da moagem situada na divisão superior.
Reportando à actualidade, quase todos os moinhos estão em ruínas ou em adiantado estado de degradação, à excepção de um, curiosamente afastado da ribeira, situado a meio do caminho que leva até à Ponte Romana, que tem ainda alguma actividade. A evolução das sociedades e o desenvolvimento tecnológico, sobretudo o aparecimento das moagens industriais, relegaram estes moinhos para segundo plano. No entanto esles constituem um património que urge preservar, integrando-os no nosso quotidiano, fazendo deles não apenas peças de museu, mas realidades vivas.


Muitos dos Moinhos de Loriga conheci
Com as Mós em constantes movimentos
Com os tempos foram ficando extintos
Tudo por causa dos modernos eventos

***

Os Moinhos de Loriga que existiram
São apenas hoje relíquias presentes
Pedras enegrecidas, gastas e nuas
Que para muitos são monumentos

(Registado aqui - Ano de 1999)

Vídeo:- Moinho em movimento (Autoria de ZéFernandes)


Os Fontanários na Vila

Percorrendo algumas das artérias principais desta localidade, decerto não deixará de reparar nas fontes onde a água cristalina cai dia e noite, como uma sinfonia sem fim. Numa placa de mármore nelas fixadas se poderá ler:- Colónia Loriguense de Manaus 1905-1907. O visitante pára, por momentos olha e ao ler tais legendas, pensará, que apesar de estarem muito longe, os filhos de Loriga não se esqueceram da sua terra.
A Colónia dos Loriguenses em Manaus, mesmo longe pela distância, não esquecia também as necessidades dos seus conterrâneos e, assim pensaram levar a bom termo a iniciativa da construção de Fontanários na sua terra.
Em 6 de Agosto de 1905 dia da Festa da Nossa Senhora da Guia, alguns Loriguenses reuniram-se na casa do Sr. José da Cruz de Moura Pina, tendo decidido constituir uma comissão com vista à angariação de fundos no sentido de abastecer a população de Loriga de água verdadeiramente potável e em condições perfeitamente higiénicas. Essa comissão ficou assim constituída:- José da Cruz de Moura Pina, Presidente;- Manuel de Jesus de Pina, Tesoureiro;- José Alves Nunes de Pina, Secretário. Faziam parte desta Comissão um Conselho Fiscal assim constituído:- António Ambrósio de Pina; Augusto Mendes de Gouveia e Joaquim Ambrósio de Pina.
As Fontanários de Loriga, são pois obras vivas do passado, doadas por esses Loriguenses que apesar de estarem longe, amavam a terra que tinha sido seu berço, não esqueciam as carências nela existentes e também as necessidades das suas famílias.

Aqui se registam os nomes de todos aqueles que contribuíram para este grande melhoramento de Loriga.

*

Lista onde consta os nomes e respectivas assinaturas das pessoas:

"José da Cruz de Moura Pina; Jeremias Alves Nunes de Pina; Emigdio Alves Nunes de Pina; Manoel de Jesus de Pina; Augusto Mendes Gouveia; António Ambrósio de Pina; Albino Pinto Martins; António da Silva Páes; António Alves da Costa; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; Abílio Fernandes Nogueira; Manuel de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; António Dias dos Santos; António Luis de Moura Pina; Carlos Augusto da Costa; Olarias-proprietários Francisco Santos e José Duarte Pina; Henrique de Moura (Joaquim); J.António & Irmãos (Fontão); Olaria-proprietários José G. de Pina e José de Brito Pina; José Nunes Caçapo; António Gonçalves de Pina; António de Brito Miguel; Manuel de Brito Inácio; Joaquim de Pina Pires; António Gomes Leitão; José de Pina Pires Júnior; António de Pina Monteiro; José Alves do Torno; João Gonçalves de Brito (Alvoco); José Diogo Ferreira; António de Brito; Domingos Maria da Costa Veiga; José Alves Martins José; António Gomes Luiz; Joaquim Lopes de Brito; Joaquim Alves da Costa; António Marques Luis; José Gomes Martins; Plácido Nunes Amaro; Francisco de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; Henrique Pinheiro; Joaquim Gomes de Brito (Alvoco); Abílio Duarte dos Santos; António Duarte dos Santos; Abílio Diogo de Gouveia; Manuel Pinto de Abranches; Germano Diniz (da Carvalha); João Henrique Freire (da Barriosa); Emília Mendes de Pina; João Fernandes de Moura".

Nota:-Fazem parte desta Lista mais três nomes, só que se encontram ilegíveis.

*

Existem muitas mais pessoas que contribuíram para a construção dos Fontanários, nomes que aqui faço constar, estes transmitidos via verbal por um Loriguenses residente no Brasil e, que se encontram inseridos nos registos das memórias do senhor Padre Lages, intitulado "Para Constar".

"Joaquim Gomes de Pina; Joaquim Ambrósio de Pina; Joaquim Lopes Cecília; José Alves Nunes de Pina; António Alves Nunes de Pina; Joaquim de Pina Monteiro; António Pina Monteiro; José Pina Monteiro; Abílio Santos Ferrito; José Gomes Luiz Lages; António Gomes Luiz Lages; Afonso Duarte Jorge; Manuel de Moura Pina; João de Moura Pina; António de Moura Pina; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; José Diogo Ferreira; Joaquim Lopes de Brito; Alfredo da Costa; João Luiz dos Santos"

*

São três os Fontanários edificados na Vila:- Fonte do Adro; Fonte das Almas; Fonte do Porto.

*

Poemas aos Fontanários *

Nas ruas de Loriga vejo as Fontes
Com puras águas sempre a correr
Foram os brasileiros lá muito longe
Que um dia as mandaram erguer

*

Puras são as águas que chegam
Para a garganta ali se refrescar
Águas que a todos mata a sede
E que são para sempre de recordar

*

Fontes de águas cristalinas
Caindo, caindo sem parar
A que sobra segue para a ribeira
Que as leva depois para o mar

*

Boas águas dos montes altos
Na Fonte sempre a correr
Dois tanques ali foram feitos
Para alguma água se não perder

*

Noite e dia a água caindo
Como uma sinfonia sem fim
Muitas vezes ali eu me chegava
Parecendo musica que tocava para mim

* APina

Fonte das Almas

(Registado aqui - Ano de 1999)

*

1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga

Realizou-se nos dias 10 e 11 de Novembro de 2007, a celebração do 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga, (1907-2007) que se revestiu de enorme relevo, homenageando também dessa forma a grande Colónia Loriguense do norte do Brasil, os grandes obreiros da construção das três Fontes gémeas, que chegaram aos nosso dias e que temos por dever, como gerações vindoiras, conservar como monumentos de Loriga.
Foi uma Festividade revestida de cerimónias bonitas, que encheu de alegria e fraternidade uma vila, que se uniu num gesto de Gratidão, para aqueles seus antepassados que tão grande Feito efectuaram, que apesar de viverem longe não esqueciam as carências na sua terra.
Dia 10 - Abertura da exposição de Pintura e fotografia intitulada "Loriga sua terra e suas gentes" e actuação do Grupo de Fados no Salão Paroquial.
Dia 11 - A Banda percorreu as ruas de Loriga passando pelas três Fontes gémeas numa homenagem singela, tendo-se concentrado o palco principal na Fonte do Adro onde o Presidente da Junta de Freguesia de Loriga usou a palavra numa mensagem alusiva à comeração do 1º Centenário das Fontes.
Seguiu-se a Missa na Igreja Paroquial, com os cânticos a cargo do Orfeão de Seia e a homília endereçada às fontes e a sua água, recordando-se a importância vital que tiveram para Loriga, nessa longínqua época já passada.
Foi efectuado ainda um concerto pela Banda de Loriga, e também a actuação no salão Paroquial do Orfeão de Seia e do Orfeão do Tortosendo.
Recorde-se que o Município do Concelho fez-se representar pelo Doutor Carlos Filipe, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Seia.
Foi ainda servido no salão dos Bombeiros Voluntários de Loriga, um lanche de convívio em que assistiram muitas pessoas.
O 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga teve grande desenvolvimento noticioso, pelos meios da comunicação social escrita e radiofónica, bem como, através da Net, onde foi bem demonstrativo a importância desta Comemoração, mais que justa, que como Loriguneses teremos de dar os parabéns à Junta de Freguesia de Loriga, aos vários órgãos locais e a todos aqueles que colaboraram para este dia grande de Gratidão, que estou certo ficará bem gravado na história de Loriga, que as gerações vindoiras um dia irão recordar.

Nota:- Visione algumas das Pinturas da Exposição sobre o tema "Loriga sua terra e suas gentes" inseridas nas festividades do 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga.

(Registado aqui - Ano de 2007)


"As Râmbolas"

Nos anos doirados de grande laboração das fábricas de lanifícios em Loriga, tal como em outras localidades industriais, as râmbolas constituíam um cenário curioso, hoje já muito pouco usual, tendo em conta o progresso e tecnologia actual.

As Rambias ou, mais correcta e vulgarmente chamadas Râmbolas, eram compridas armações de madeira ou ferro, munidas de escapulos, eram normalmente construídas nas zonas industriais junto das fábricas, onde se punham compridas peças de pano a secar, servindo ainda como verdadeiros esticadores.
Durante muito tempo, foi o método utilizado pelas fábricas de Loriga, para a secagem das peças de panos, cuja colocação requeria um certo conhecimento e perícia por parte dos operários que a executavam com mestria. E assim as Râmbolas ficavam vestidas as quais vistas dos Mirantes de Loriga, forneciam um cenário bem elucidativo da grande terra industrial que Loriga era.
As Râmbolas nesta localidade, deixaram aos poucos com naturalidade de ter a primitiva utilidade e foram desaparecendo desses mesmos locais onde tinham sido construídas. No entanto, continuam na memória de muitos que, em crianças, ali saltavam, corriam e balouçavam, nunca pensando que um dia teriam um fim.

A útima Râmbola

(Registado aqui - Ano de 1999)


Ano 2010 - Local conhecido por "Moenda"

O moinho da "Moenda"

A "Moenda" é um local de Loriga onde parece ter sempre existido uma certa nostalgia em que recordações e saudades vem à memória ainda de muitos, quando numa "Loriga de outras eras" se lembram de ali existir um moinho que era uma referência pela sua diferença em relação aos outros. Com a sua grande roda exterior, movida pela força motriz da água de uma levada, encaminhada da ribeira ali bem perto.
Situada muito perto da Ponte Romana, relatos muito antigos dão-nos conta que antes de ser moinho foi uma pequena fábrica de fazer massa, por isso, ter sido conhecida pela
"Fábrica do Macarrão" que muitas das pessoas antigas ainda se lembram de assim ser chamada aquela casa, que depois passou a ser moinho.
O moinho da
"Moenda" pertenceu durante anos a uma família loriguense de nome "Aparícios" mas na década de 1950 foi adquirido por António Mendes Duarte, natural da localidade de "Cabeças D´Eiras" mais conhecido por "Travassos" que foi uma legenda em Loriga, localidade que um dia ele escolheu para nela se radicar.
Muito se procurou e se encontrou uma foto do moinho da
"Moenda" com a sua grande roda, que aqui se regista, para assim, documentar-mos uma casa cheia de história, que foi ao mesmo tempo um local de certa forma de envolvência no meio económico e social de uma "Loriga de outras eras"

Ano 1952 - Foto da grande roda exterior do moinho da "Moenda"

(Registado aqui - Ano de 2011)


A casa "O Comboio"

A casa em Loriga, popularmente conhecida por "O Comboio" situa-se na Travessa do Reboleiro e também com ligação à Rua Cónego Nogueira, conhecida também por ser uma casa muito antiga, por isso ser uma referência na vila de Loriga.
Sabe-se que é uma habitação medieval, supõe-se até que aquela casa era muito maior e, que aos longos dos séculos foi cenário de várias reconstruções, que segundo também parecer saber-se, ter ficado da habitação primitiva apenas a actual fachada (uma varanda) hoje fechada.
Sabe-se que ao longo dos tempos, teve aquela habitação variadíssimos proprietários, que foram sistematicamente modificando a caracterização da habitação primitiva, apenas chegando á meadas do passado século a fachada principal a tal varanda, que o povo se habituou então a chamar àquela habitação "O Comboio" .
Ao longo dos anos, nunca pareceu da parte do poder local de Loriga, interesse de considerar aquela habitação como património histórico, por isso, os proprietários foram descaracterizando a casa em si, vendo-se ainda no século passado e por isso ainda na memória de muitos, aquela fachada como varanda, para depois então estes últimos proprietários se lembrarem de a fechar, considerando-se ter havido dessa forma um verdadeiro atentado à história de Loriga, com o poder local na altura nada fazer para o evitar.
Por último recordemos que as datas ainda ali visíveis, são datas relacionadas com várias reconstruções que esta habitação foi tendo através dos tempos.

(Registado aqui - Ano de 2011)


A estrada do Fontão

A estrada do Fontão que parte do local chamado "Selada" e percorre toda a encosta virada para a Vila de Loriga, ou como se falava na época da sua construção "nas águas vertentes a Loriga", foi construída em 1963, começando concretamente as respetivas obras no mês de Março, que se vieram a prolongar por alguns meses, indo ligar ao antigo caminho que já existia e que parte também daquele local só que pelo outro lado do monte.
Foi sem dúvida um grande melhoramento e de grande proveito para o Fontão e também de muita utilidade para os Serviços Florestais, que executaram a obra, ficando assim a localidade anexa de Loriga com muito melhor acesso.
A estrada que foi rasgada por toda a montanha num grande trabalho de engenharia, trouxe também grandes vantagens turísticas para a vila de Loriga, no aspeto paisagístico, podendo assim ao alcance de todos disfrutar de panorama encantador, de majestade e de beleza incomparáveis.
Durante quatro décadas esta estrada continuou de terra batida, tal como foi construída, passando a ser possível o acesso ao Fontão com as viaturas (que nem todos se atreviam a fazê-lo) tendo em conta de muitas o pavimento a tornar-se intransitado, nomeadamente no inverno, quando as chuvas levavam parte das areias e das terras, fazendo grandes irregularidades no piso.
Os habitantes locais lá iam solicitando, tanto ao poder local como Municipal, para que a estrada fosse apetrechada com o alcatroamento, tornando-se mesmo numa reivindicação mais que justa, mas que o mesmo poderes administrativos pareciam não ouvir e ao mesmo tempo faziam por ignorar esta grande prioridade e anseio daquela gente do Fontão, pois uma melhoria nos acessos era de inteira necessidade, ou seja, deixarem de ter estrada primitiva de terra batida, para poderem ter estrada digna dos tempos que se viviam.
Entretanto, já alguns anos que tinha sido criada pelos habitantes locais, a Comissão de Melhoramentos do Fontão, que também desde a primeira hora reivindicava o alcatroamento da via de acesso à sua terra, mas os seus ecos continuavam a não se fazerem ouvir, continuando a viver a gente daquele local com promessas e esperanças pelo meio, sem nada ser conseguido.
Assim, foi-se tornando numa luta constante que levou mais de 40 anos, diga-se mesmo que foi uma das maiores vergonhas para com uma localidade e para com um povo, protagonizada pela Junta de Freguesia de Loriga e pelo Município de Seia, que se chegou a ouvir dizer a altos responsáveis, "que no Fontão havia cada vez menos gente e que não valia a pena melhorar a estrada".
Mas essa luta dos habitantes locais não parava, apesar de cada vez menos pessoas ali a viver fruto de desertificação que era cada vez mais evidente no interior do país, no entanto, mas que mesmo perante este cenário real nada os fazia desanimar, gente unida e bairristas aos poucos lá iam angariando verbas para poderem levar em frente eles próprios a pavimentação da estrada.
Assim nos primeiros anos deste século a Comissão dos Melhoramentos do Fontão, tinham já angariado a quantia de 40.000€uros, foi então que o poder local e municipal se uniram e lançaram mãos às obras, conseguiram de vez desbloquear a situação, conseguindo a restante verba para a obra da pavimentação da estrada e assim em 2004 começarão as obras que só foram concluídas no verão de 2005, com o total alcatroamento da estrada, mesmo até ao povoado.
Mais de quarenta anos depois, pode assim a pitoresca localidade do Fontão ter uma estrada de acesso condigno, uma luta de persistência de um povo, que ficou na história e na memória perpétua.


As Palheiras de Loriga

Um pouco por todo o lado da região circundante de Loriga, são muitas as palheiras que se podem ver e que fazem parte da história desta localidade e das suas gentes.
Construídas em granito e xisto, onde os telhados eram suportados por traves de castanho, as palheiras são parte de uma paisagem que rodeia a vila de Loriga, onde em todas elas parece haver uma história para contar. Edificados para guardar os animais, os cereais ou mesmo frutos, foram também casas de habitação, onde nasceram, viveram e morreram muitos origuenses.
Em consequência do sistemático abandono das terras de cultivo, os incêndios e ainda a falta de obras de remodelação, as palheiras foram-se degradando, hoje muitas delas, são apenas ruinas e paredes, parecendo monumentos tristes, onde existiu um passado de vida, alegria e prosperidade.
Construídas nos mais remotos lugares, são centenas as palheiras existentes, onde os seus proprietários e construtores, empregavam toda uma engenharia manual na sua edificação e, como eram tempos diferentes, a construção de muitas não eram licenciadas, por isso, hoje em dia, são muitas as que não estão devidamente registadas.
Nos tempos actuais parece existir um certa tendência, no aproveitamento de muitas das palheiras, como casas de habitação temporária, sobretudo para férias, só que sendo recuperadas com a aplicação do cimento e tijolo, decerto as vai fazer perder a estética rural e o primitivo tradicional como sempre se conheceram.

Conjunto de palheiras (Encosta da Cabeça)

Palheira (no antigo Caminho Romano)

(Registado aqui - Ano de 1999)


Rua de São Sebastião (Junto ao Cemitério)

"Alminhas"
Vozes do passado sibilando
vindo em ventos outonais
lembranças que vêm do além
em dissonâncias infernais.
Séculos, tempestades e noites
ecos de saudades profundos
num pensamento térreo
em outras eras, outros mundos.
À beira dos caminhos vêm
sombras que não voltaram
passos trémulos se extinguiram
lá para longe e não regressaram
Em linguagem de granito
eco surdo de mistificação sentida
mão em chamas se eleva
num espirito e ânsia incontida

*
Em frente dumas "Alminhas"
Não há decerto ninguém
Que não recorde saudoso
As Almas que Deus lá tem.

(Registado aqui - Ano de 1999)


"Cruzeiro da Carreira - 1820"

Cruzeiro!.. Onde no topo se eleva a cruz granítica como que sentinela de fé com pedras morenas, nuas, açoitadas pelos ventos e enegrecidas pelas chuvas e por sois.
Que divisa o sol logo ao romper da aurora e o vê desaparecer quando a noite se aproxima.
Cruzeiro!.. Quantas gerações passaram e se sentaram já naquele pedestal e que ao mesmo tempo é testemunho de tempos que já lá vão, relíquia simbólica e eloquente de antepassados, aureolado pelo simbolismo e fantasias lendárias que representa uma realidade e uma esperança.
A realidade, porque mostra a fé e o patriotismo daqueles que neste torrão hermínio viram a luz do dia e cujos nomes e anos já esqueceram.
A esperança porque é para os Loriguenses de hoje um estímulo a lembrar o sagrado dever que tem de transmitir aos vindoiros a fé que os antepassados legaram.

Nota:- Este Cruzeiro está edificado num local de Loriga popularmente chamado "Carreira", sendo como que um símbolo desta localidade, numa ideia concebida pelos antepassados Loriguenses, ainda ali bem viva.

Cruzeiro da

Av.Augusto Luis Mendes "Carreira"

(Registado aqui - Ano de 1999)


"Cruzeiro da Independência - 1940"

O Cruzeiro (antigo) no Largo da "Carvalha"
ou Largo do Santo António

O primitivo Cruzeiro foi edificado em Loriga no Largo de Sto.António, mais popularmente chamado Largo da "Carvalha". A sua inauguração, com a respectiva benção, ocorreu no dia 8 de Dezembro de 1940, com grande brilho, quer nas funções litúrgicas, quer no entusiasmo da freguesia e daqueles que tinham lutado para a sua construção.
O levantamento do Cruzeiro em Loriga, foi um dos muitos construídos por todo o país, como monumento evocativo do "Oitavo Centenário da Fundação e Terceiro Centenário da Restauração da Pátria" . Surgiu de uma ideia do Rev. Padre Moreira das Neves para perpetuar, para as gerações vindoiras portuguesas, tão importantes acontecimentos.
Assim em Loriga foi, desde logo, acarinhada entusiasticamente essa ideia, não só pela população, como pelos organismos competentes locais, tantos religiosos como sociais, sendo logo constituída uma comissão para proceder à angariação de fundos.
Todo ele em mármore e de rara beleza, era como uma sentinela naquele Largo, onde os ramos das grandes árvores o resguardavam do Sol. Ali se manteve, durante cerca de pouco mais de três dezenas de anos, sendo retirado com todo o cuidado daquele local, no principio da década de 1970 na ideia de, posteriormente, ser novamente erigido.
No entanto, tal só viria acontecer nos finais de 1998, ao ser reconstruído, não no primitivo lugar, mas sim num outro local de Loriga, desta feita no Largo do Fonte do Mouro. -Inauguração efectuada a 8 de Dezembro de 1998.

Cruzeiro da Independênciac;nciac;nciac;nciac;ncia

O Cruzeiro (actual) na Rua Fonte do Mouro

(Registado aqui - Ano de 1999)


Cruzeiro do Adro da Igreja - Desaparecido

Chegou a existir no Adro da Igreja em Loriga, um Cruzeiro, preciosa jóia de verdadeira arquitectura, que segundo se sabe as pedras foram caindo ou mesmo derrubadas, para que nunca mais fossem levantadas e, mesmo sem se saber porquê, foram desaparecendo nunca chegando-se a saber ao certo na época, qual o destino que lhes foi dado.
O conhecimento da existência de um Cruzeiro naquele local, chegou até aos nossos dias através de relatos muito antigos, não se conhecendo qualquer escrito e descrição a datas ou mesmo a forma arquitectónica com era a sua construção.

(Registado aqui - Ano de 2002)


A "Carreira"

Este local de Loriga, tradicionalmente assim chamado, faz parte da Avenida Augusto Luís Mendes, hoje em dia considerado um lugar central, havendo mesmo quem diga, ser a sala de visitas desta Vila.
O nome de "Carreira" como popularmente se conhece, vem já de há muitas dezenas de anos atrás, mais precisamente, quando começou a haver em Loriga camionetas de transportes públicos, pois era este o local onde chegavam e donde partiam essas carreiras, tal como acontece nos tempos de hoje.
Este local da Vila de Loriga, que em tempos longínquos começou por ser a entrada para esta povoação, poderia ser visto de todos os mirantes, dali se avistando, também, paisagens inconfundíveis é, nos tempos actuais, uma avenida bem central e ainda local de encontro dos que chegam e dos que partem.
Lugar de rara beleza, que uma certa geração loriguense ainda recorda, num cenário de muitas árvores com um certo porte, bem alinhadas de um lado e outro da avenida, que se estendia até ao "cabo da carreira". Nessa extensão, num dos lados, corria silenciosamente a água de uma levada feita de pedra de granito envelhecidas pelos tempos, onde muitos se sentavam principalmente no verão à sombra daquelas árvores, dando um panorama inconfundível que não podia ser esquecido pelo desenhador, pintor ou fotografo de ocasião.
Nos primeiros anos da década de 70, foi este local tema de verdadeira transformação, numa perspectiva de futuro, com a construção de muitas novas casas e num grande desenvolvimento comercial, daí o dizer-se que é a avenida central de Loriga.
Este local de Loriga, ficou marcado na memória de uma certa geração de Loriguenses, ao qual se habituou a chamar "Carreira" que, apesar das muitas transformações porque já passou, irá, de certo, marcar as gerações vindoiras.

"Carreira" 1953

"Carreira" 1951

"Carreira" 1976

"Carreira" 1996

(Registado aqui - Ano de 1999)


"O Pelourinho de Loriga"

Os Pelourinhos em Portugal, edificados um pouco por todo lado, e que ainda hoje muitos deles primitivos existem, parece terem ficado marcados na história portuguesa pela negativa.
O Pelourinho de Loriga até ao século XIX, encontrava-se erguido num pequeno Largo esta Vila, perdendo-se no tempo o motivo e a história da sua demolição.
Dele ficaram apenas uns poucos escritos e relatos verbais, transmitidos através de gerações em que deram sempre conta da existência ali desse monumento.
Segundo relatos, em 1881 ainda existia "O primitivo Pelourinho de Loriga, encontrava-se erguido se em frente à casa da Câmara e Cadeia, era constituído por uma argola movediça de ferro forjado, tendo por base três degraus e era encimado por pedra quadrangular o ostentando as armas da vila."
Este primitivo Pelourinho de Loriga, ao ser destruído, fez desaparecer também com ele parte da história de Loriga de séculos passados, tendo-se até perdido uma concreta definição estética do mesmo. Por esse motivo, quando surgiu a ideia de reedificar o Pelourinho, foi necessário fazer um estudo aprofundado, no sentido de que a reconstituição fosse o mais fiel ao original. Esse trabalho pareceu valer a pena, pois hoje podemos ver, no mesmo local, um outro Pelourinho construído ali há poucos anos.
São mesmo poucas, as versões existentes relacionadas ao Poleirinho de Loriga, mas a que parece mais credível é a versão do Capitão Dr. António Dias, na década de 1950, que se baseou nas informações orais de um velho operário, que se lembrava muito bem do Poleirinho, inclusive, viu cair a picota.
A reconstituição do Pelourinho de Loriga, foi feita a partir desta versão escrita pelo Capitão Dr. António Dias e o desenho foi feito pelo senhor Júlio Vaz Saraiva, ex-desenhador da antiga empresa Hidro Eléctrica, verdadeiro expert na área dos poleirinhos.
A reedificação do Poleirinho de Loriga foi finalmente concretizada, sendo inaugurado no dia 1 de Agosto de 1998. Apesar de se saber apresrentar quebra evidente da harmonia arquitetónica, para além da falta dos elementos de base, plataformas e degraus, ou seja, não ser uma relíquia genuína ao primitivo, no entanto, é com satisfação que os loriguenses veêm ali erguido aquele monumento histórico que fez parte da história antiga desta localidade e da sua população.


Caracterização Topológica do antigo Pelourinho de Loriga

Base:-Dois blocos hexagonais, tendo o primeiro 75 cm de altura e 1 metro de largura e o segundo 35 cm de altura e 60 cm de largura; Fuste:-Cilíndrico; Capitel:-Sobre uma calote esférica, tem três secções cilíndricas, a primeira 30 cm de diâmetro e 20 cm de altura, a segunda 45 cm de diâmetro e 20 cm de altura e a terceira 60 cm de diâmetro e 20 cm de altura ; Remate:-Cilíndrico; Coruchéu:-Uma semi-esfera tem 35 cm de diâmetro e 25 cm de altura; Grimpa:-Um catavento em forma de bandeira; Acessórios:-Uma argola esférica a meio da coluna; Classificação:-Sem decoração ou arrebique de estilo que lhe confiram uma feição artística definida; Época provável de construção:-Século XVI; Época provável de demolição:-Finais do Século XIX.

Pelourinho de Loriga 1998

Largo do Pelourinho

(Registado aqui - Ano de 2001)


" Estátua do Dr. Amorim da Fonseca"

Estátua do Dr. Amorim da FonsecaFonsecaFonsecaFonsecaFonsecaFonsecaFonsecaFonsecaFonseca

Largo do Dr. Amorim da Fonseca

Num dos largos da rua principal desta localidade, pode admirar um monumento ali erguido, numa justíssima homenagem de gratidão do povo de Loriga ao médico Dr. Joaquim Augusto Amorim da Fonseca que, apesar de não ser desta terra, durante mais de três décadas ali desempenhou as suas funções de médico, e onde veio a falecer em 13 de Maio de 1927, vítima do dever profissional quando, em Loriga, se lutava contra uma grave epidemia.
Natural de Varziela concelho de Felgueiras (Minho), foi designado para médico de Loriga em 1893.
A morte do Dr. Amorim da Fonseca, "médico do Povo" como era conhecido, foi para Loriga uma perda irreparável e, durante anos, a população chorou o seu desaparecimento. Após a sua morte, e depois das respectivas exéquias, o corpo foi trasladado para a sua terra natal.
Mais tarde, a Junta de Freguesia mandou erguer o seu busto naquele largo, ao qual viriam a dar também o seu nome, perpetuando assim também a memória das vítimas dessa epidemia.
Em 1977, naquele Largo do Dr. Amorim da Fonseca, decorreu uma homenagem de evocação dos 50 anos da sua morte e, ainda, da memória de todas as vítimas dessa epidemia.

(Registado aqui - Ano de 1999)


As "Cruzes dos Caminhos"

Monumentos simbólicos que sinalizam um lugar onde tenha
ocorrido morte inesperada e violenta de alguém. Fazem parte
de um culto popular, que teve um maior incremento a partir do
século XVII, com particular incidência mais a norte do rio Mondego.
Em Loriga, no lugar chamado "As Calçadas", encontra-se um
desses monumentos, testemunho do assassinato de
de uma mulher, em tempos há muito distantes, quando aquele
local servia de acesso para outras povoações.

Cruz dos Caminhos

Cruz na Estrada Nacional Nr.231

(Registado aqui - Ano de 1999)


O Cemitério de Loriga

Cemitério de Loriga Loriga Loriga Loriga Loriga Loriga Loriga

Cemitério de Loriga (2002)

***

Fica situado, no final da Rua de São Sebastião, sensivelmente a cerca de 600 metros do centro da vila e ao cimo da catraia da Nossa Senhora da Guia.
A construção deste Cemitério, deveu-se na necessidade de proceder à substituição do cemitério então existente e, que se situava onde é hoje o Largo do Santo António, bem no centro da vila.
Em 1894, foi deliberado pela Câmara Municipal de Seia, a construção de um novo cemitério, uma carência já à muito tempo visível, vindo também ao encontro dos pedidos que há muito vinham sendo feitos, pelas autoridades administrativas de Loriga.
Em 1895 foi construído o novo cemitério, mas só nos primeiros anos do século passado ficou definitivamente concluído, começando de imediato a ser utilizado. Lentamente foi-se procedendo também à transladação dos restos mortais do antigo cemitério no Largo do Santo António para o novo cemitério, que só ficou concluído definitivamente mais ou menos na meada da década dos anos de 1920, havendo até relatos que dão conta de que, quando se iniciou mais tarde a construção das casas naquele largo, ainda iam sendo encontradas ossadas.
Com a aquisição por compra dos lotes de terra, que a população vai adquirindo para sepultar os seus familiares, o actual cemitério antes dos últimos anos do século passado, ficou a arrebentar pelas costuras, como se diz na gira, ficando mesmo sem espaços disponíveis.
Por isso, a autarquia local já alguns anos vinha idealizando e desenvolvendo esforços no sentido de encontrar uma solução, tendo adquirido um novo terreno ao lado do actual cemitério, ficando projectado para a curto prazo, o respectivo alargamento.
(Registado aqui - Ano de 2000)

O novo Cemitério

Nos primeiros anos deste século, procedeu-se então à construção de um novo espaço, na parte sul, ao lado e colado mesmo ao principal cemitério. Na altura a sua construção levantou até uma certa polémica, mas certo é, que a situação de falta de espaços disponíveis ficou para já resolvida, ficando no entanto também no ar, a ideia, que poderia ter havido um pouco mais de imaginação e ter-se conseguido fazer diferente, pensando-se já que um dia no futuro não volte a viver-se a mesma situação vivida neste últimos anos.
Este novo espaço do cemitério começou a ser utilizado a partir do ano de 2002, onde passaram a ser sepultados os defuntos, que não tem campas familiares ou que por alguma razão, não estão disponíveis no cemitério mais antigo.

Fachada da entrada do novo Cemitério

(Registado aqui - Ano de 2002)


O Mirante da "Penha D´Águia"

O Mirante da Penha D´Águia situado muito perto do local conhecido por "Selada" é dos lugares de Loriga, onde se pode deslumbrar uma das mais encantadoras vista panorâmicas sobre a vila e toda a região circundante que de certo nunca mais esquecerá.
Quando nos finais da década de 1920, foi construído o lanço da estrada (hoje EN 231) entre a Fábrica dos Leitões e o local conhecido por "Selada" e, daqui com seguimento até Alvôco da Serra, ficou logo resguardado aquele espaço de rochas salientes alcandoradas sobre o abismo.
Segundo se sabe e também por relatos antigos, durante as obras da estrada e já naquele lugar, surgiu logo uma ideia de salvaguardar aquela saliência da montanha, no sentido de passar a ser um miradouro para a vila e restante vale, tendo logo sido efectuados uns certos arranjos de acessibilidades adequados, que apesar de mínimas, transformaram desde logo aquele local num mirante.
Durante cerca de três décadas manteve sempre o seu estilo primitivo, sem resguardos tornava-se até um local perigoso. Aquele local só foi requalificado e transformado num verdadeiro miradouro, no ano de 1958 quando, a estrada EN.231 entre São Romão e Pedras Lavradas em todo o seu percurso, foi restaurada e alcatroada, suprimidas algumas curvas e apetrechada com muitos aquedutos para o escoamento das águas, tendo sido também devidamente sinalizada, ficando desta feita uma magnífica via de circulação.
Nesse ano de 1958 e durante o mês de Abril, foram então concluídas finalmente todas as obras necessárias no novo mirante, inclusivo, foi devidamente apetrechado com resguardos, tal como hoje se conhece, onde se pode admirar uma bela e deslumbrante vista geral sobre a Vila de Loriga e grande parte do vale e onde de certo se vai ínspirar, o poeta, o fotógrafo, o escritor e também o sonhador.

***

Recomendação ao visitante

Ao visitar a vila de Loriga, não deixe de visitar o miradouro da Penha D´Águia, por certo ficará deslumbrado e verá, que levará na retina do seu olhar uma das mais panorâmicas paisagens que de certeza não vai esquecer e vai manter na recordação.

Poema ao Mirante

Mirante de Loriga

Estrada Nacional 231 (Penha D´Águia)

O "Mirante" é uma varanda
Parecendo não haver outro igual
Dali se avista a Vila de Loriga
Das mais lindas de Portugal

Alguém disse um dia
Ao paisagem dali admirar
Parecia sentir-se passarinho
Que bem alto ia a voar

Ali se vai inspirar, o poeta
O fotógrafo e também o escritor
Mas muitos mais ali vão
Ao sentirem-se sonhadores

Ao fundo eu vejo a ribeira
No poço "Forte" está meu olhar
Vezes sem conta ali ia eu
Para nas suas águas me banhar

Ao mirante vou olhar Loriga
Para a levar de recordação
Apesar de estar longe dela
A quero ter sempre no coração

* APina

Mirante de Loriga - Ano 1953

Mirante de Loriga - Ano 2007

(Registado aqui - Ano de 1999)


"Levadas & Regos"
Um pouco por todo o lado, nos arredores da Vila
de Loriga, damos conta da existência de Levadas que
os antepassados um dia construíram para encaminharem
as águas, necessárias para movimentação das fábricas,
dos moinhos e, principalmente para as colheitas.
As Levadas são, pois, estreitos canais que transportam
a água, em muitos casos transformados em aquedutos
quando o terreno assim o exige, irrigando o solo palmo
a palmo e destinadas, como se disse, a levar a água a todos
os locais onde fosse necessária.
As Levadas de Loriga, todas elas construídas a partir
das ribeiras chegam, muitas delas, até à povoação, onde as
suas águas se encaminham para depois deslizarem nos regos
que ainda hoje podemos ver nas ruas.
Estes regos e levadas demonstram bem ao visitante,
ser Loriga uma região de muita e preciosa água.
Uma curiosidade típica de algumas Levadas de Loriga
era os lugares próprios, que nelas existiam, que as
mulheres utilizavam para ali lavarem a roupa.

Uma Levada de Loriga

Lavadouro das Penedas

Rego

Rego na Rua Coronel Reis

(Registado aqui - Ano de 1999)


Palheira da Tapada do Amial

Palheira da Tapada do Amial

A Palheira da "Tapada do Amial" é sem dúvida uma das palheiras de Loriga, que ficou registada na história de Loriga, foi ali que faleceu Emídio Gomes Figueiredo, natural de Loriga onde tinha nascido no ano de 1897, foi considerado um dos maiores pastores da Serra da Estrela, para muitos foi mesmo um símbolo e uma referência.
Para o
"Ti Emídio Correia" como era popularmente conhecido, num começo do dia no ano de 1969, parecia-lhe um dia igual a muitos outros, o velho pastor prepara-se para mais uma saída com o seu rebanho, coloca ao ombro a velha sacola com a "bucha", pega no seu inseparável cajado, prepara-se para se pôr a caminho.
Começa a sentir-se mal, senta-se nos degraus desta sua palheira ali situada na
"Tapada do Amial", possivelmente deitando um último olhar em seu redor, tranquilamente adormece no sono eterno, quem sabe feliz por deixar esta vida dos vivos, longe da povoação e num mundo que foi todo a sua vida - a serra.
Algum tempo mais tarde é encontrado por sua mulher naquele local, onde parecia existir uma verdadeira paz eterna. Junto dele, o seu cão e fiel amigo fixava o seu olhar no velho pastor, chorando parecendo um humano, cenário que não mais foi esquecido por aqueles que ali acorreram. Esse mesmo cão, com tal desgosto, deixou de comer e pouco tempo depois morreu também.

(Registado aqui - Ano de 2004)


A "Casa dos Ingleses" *

Situada na freguesia de Loriga, num local também conhecido por "Penedo de Alvoco", da "Casa dos Ingleses" restam hoje apenas ruínas.
Ficou assim conhecida, não por ter sido construída por ingleses, mas por ter sido utilizada por uma comunidade inglesa que, nas primeiras década do século passado, se dedicava à exploração do volfrâmio, cobre, estanho e, eventualmente, outros metais, nas minas do Sorgaçal e Cabrum.
Esta casa foi mandada construir numa das última décadas do século XIX, por uma senhora loriguense, (Josefa Cândida de Pina nascida em 5.11.1825 e falecida em 5.5.1900) nos terrenos de que era proprietária, com o intuito de naquele lugar, de bons ares e boas águas, minorar a doença pulmonar do marido.

A casa mandada edificar naquele sítio distante da vila, construída em granito bem aparelhado e, também pelos sinais tumulares que não eram vulgares na época, deduz-se que o casal dispunha de meios de fortuna.
Mais tarde alugou-a aos ingleses que a usavam como escritório e até como habitação passando, assim, a ser conhecida pelo povo como a "Casa dos Ingleses".
Estes ingleses chegaram a Loriga acompanhados das famílias e de um intérprete este, natural da Madeira, que veio a casar com uma loriguense chamada Glória. A vinda destas pessoas constituiu uma mais valia, muito além do que se pode imaginar, contribuindo, em muito, para uma acentuada melhoria da economia local.
Um destes ingleses, chamado "James", veio a morrer em Loriga em 9 de Novembro de 1911, tendo ficado sepultado no cemitério local. Ainda há poucos anos se podia ver a sua campa com uma pedra que tapava o túmulo, cercado por uma grade de ferro e situado no lado esquerdo do cemitério. Quando ali foram sepultados os aviadores ingleses vítimas do acidente de aviação em 1944, já portanto, ali se encontrava sepultado este cidadão inglês.
Quando, em 1952, o Primeiro Ministro do então Império Britânico, Anthony Eden, visitou Loriga e no cemitério local homenageou os seis malogrados aviadores que, em 1944, encontraram a morte ao embater o avião que pilotavam na Penha do Gato, surpreendeu-se ao ver, no mesmo cemitério, a sepultura de outro compatriota seu.
Há poucos anos, retiraram a pedra daquela sepultura, para ali enterrarem outra pessoa, sendo a mesma encostada ao muro do cemitério, lado direito, onde ainda se encontrava em Agosto 2005.
Durante algumas décadas, a "Casa dos Ingleses" podia ser visível de qualquer local de Loriga, o que não acontece hoje em dia, porque dela apenas restam ruínas. No entanto, aquele local continua ainda ser assim conhecido pela "Casa do Ingleses".

Casa dos Ingleses (Ruínas)

À cerca de vinte anos, as minas existentes naquele lugar do "Sorgaçal" e "Cabrum", foram tema da ideia, a nível particular, com o propósito de renovar a exploração das minas e assim proporcionar uma mais valia para Loriga. Mediante alguma observação experimental, finalmente, foi sentenciado:- Os metais existiam, mas a sua potencial exploração não seria rentável.

Em 1983 chegou a circular em Loriga, um abaixo assinado, no sentido da preservação da "Casa dos Ingleses, na ideia mesmo da recuperação do edifício. No entanto, por motivo que se desconhecem, nunca chegou a ter os apoios necessários, por isso, continuar-mos ainda hoje a ver aquele edifício em ruinas e no completo abandono.

* Registos de António Pina - (Registado aqui - Ano de 2006)


A "Praça"

Situado bem ao centro da Vila antiga e histórica de Loriga, quase no final da Rua Sacadura Cabral e no começo da Rua Cônego Nogueira, fica o local conhecido por a "Praça", popularmente assim chamado, sem se saber bem ao certo, mas há relatos que nos dizem ter sido ali que começou por ser uma praça, na venda de legumes, feijão etc.
Um local de história, ainda na recordação de muitos e ao qual gerações e gerações de loriguenses, nomeadamente mais os homens, parecem ali terem ficados para sempre ligados, foi durante longas décadas o centro da vila, local de laser, encontros, de troca de abraços, conversas cavaqueiras, despedidas, fosse verão, primavera, outono ou inverno, fosse dia ou noite, estivesses a chover, a nevar ou dia de sol, sem dúvida um local de Loriga com mais mística ou mesmo dizendo um lugar de magia.
Falar-se daquele local de Loriga, que mesmo ainda hoje continuamos a chamar a
"Praça" é poder-se recordar um recanto da nossa terra, que de certa forma foi um local marcante, quantos olhares ali se trocaram, como um princípio de amor, quantas vezes os rapazes ali se quedarem horas para ver passar a sua amada, quantas pessoas ali se viram passar e não mais se viram voltar, quantas novidade, segredos e boatos que ali se ouviam, para rapidamente chegarem às casas por toda a vila.

Panorama do local chamnado "Praça" - Ano de 20213 - Foto Zé Fernandes

Foi ali que nasceu o primeiro café de Loriga, aberto por um afamado loriguense de seu nome António Machado, em 1945, situado onde é hoje a garagem do prédio do "Zé Maria" como assim é mais conhecido e que se circunscreve na "Praça".
Curiosamente anos mais tarde veio a abrir o café "Neve" do então proprietário do prédio, o senhor José Maria, durante longos anos ali permaneceu como um dos conceituados cafés de Loriga, mesmo em frente no outro imóvel também histórico naquele local, existia o
"Café do senhor Carlos Pina", mais tarde adquirido pela família Cristóvão, que ainda hoje lhes pertence e que continua ali a existir.
Se este pitoresco lugar da
"Praça" numa "Loriga de outras eras" era já um local especial da vila, com a existência dos dois ditos cafés ali, mais tarde com o aparecimento da televisão, este lugar passou ainda mais a ser um local privilegiado e de encanto para muita da população loriguense, pois era ali e olhando através da porta e das janelas do café do "Ti Zé Maria" que podiam ver essa "caixinha" para muitos mágica, que estava já a revolucionar o mundo.
Nesses tempos, era um local verdadeiramente concorrido, na verdade quase sempre se via a
"Praça" apinhada de gente, uns em grupo em animada conversa cavaqueira, outros a tentarem ver a televisão através das janelas e porta do Café do "Ti Zé Maria" e ainda outros apenas ali se quedavam para ver quem passava, muitas vezes acontecia quererem as pessoas passar e quase que nem podiam, são estas das muitas recordações que nos ficaram para sempre.
Falando-se daquele lugar a
"Praça" e todo o perímetro que a circunscreve, de maneira alguma se pode omitir os dois maiores imóveis ali situados, que fazem parte do historial da vila de Loriga.
O prédio da
"Escola" como assim foi sempre conhecido, porque era ali que funcionava a escola primária, além de ser também casa de habitação de professores, mesmo com a construção do primeiro imóvel da Escola Primária de Loriga (onde hoje é a Junta de Freguesia) continuou a ser como uma solução e uma mais-valia e ao mesmo tempo de apoio à escola primária, tendo em conta de o dito imóvel então construído, ter apenas duas salas e considerado muito limitado, pois a existência de cada vez de muitas mais crianças na idade escolar, era de facto grande a preocupação que continuava sempre muito presente em Loriga.
Por sua vez o imóvel conhecido pelo prédio do
"Ti Zé Maria" foi e mesmo hoje ainda considerado um ex-libris do lugar a "Praça". Prédio habitacional e de uma característica especial, além dos cafés que ali existirem como se disse, nele existiu a Padaria também do "Ti Zé Maria" que funcionou ali dezenas de anos. Este prédio foi sem dúvida um imóvel de referência em Loriga, mesmo hoje continuando a ter história, ao ser instalada a Farmácia, um novo rumo para aquele local onde era o Café, que muitos nunca imaginaram que pudessem ver aquele espaço destinado, ao que quer que fosse, que não fosse um café.

Não parecem restar dúvidas, que o lugar chamado "Praça", durante longas décadas, foi o local central de Loriga, que foi perdendo esse protagonismo do centro da nossa terra, quando nos finais da década de 1970, os olhares do futuro se começaram a centralizar no lugar conhecido por "Carreira" hoje sim o local central de uma nova vila de Loriga.
As pedras e as paredes naquele local chamado
"Praça" é o silêncio que parece ficaram perpetuadas no vazio, mas se falassem muito tinham que contar, tempos idos que parecem ainda estar na recordação de muitos de nós. Quando ainda hoje por ali passamos, vem-nos à memória, ver aquele local cheio de muita e muita gente, muitos que já nos deixaram e que naquele local estiveram e por lá passaram uma última vez para ali não mais voltarem.

(Registado aqui - Ano de 2013)


Os Abrigos dos Cantoneiros

Ao longo das estradas e em locais onde as ravinas são bem demonstrativa, vamos encontrando cavidades na maioria feitas pela mão do homem, verdadeiros resguardos que serviam para acoitar das chuvas os Cantoneiros, romeiros, ou mesmo os passante de ocasião.
Hoje em dia já não existem os Cantoneiros, tal como nos tempos passados. Era uma profissão digna, efectuada por homens calejados que tinham nas estradas o seu lugar de trabalho que consistia na conservação das bermas e valetas, trabalho exaustivo efectuado praticamente no isolamento, ao sol, vento e chuva, tendo nesses buracos feitos ao longo das estradas, muitos deles feitos pelos próprios, o refugio para se protegerem das intempéries ocasionais.
Num olhar mais atento ao passarmos nas estradas, vemos ainda muitos desses abrigos, resistindo aos tempos, que são hoje relíquias de um passado distante, que representam locais de histórias que o tempo vai apagando e que muito teriam para contar.

(Registado aqui - Ano de 2007)


- Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar -

Com a realização do 1º. Encontro dos Loriguenses Ex. Combatente da Guerra do Ultramar, realizado no dia 27 de Julho de 2013, foi assinalado esse primeiro encontro com a inauguração do Monumento "Aos nossos combatentes do Ultramar" registando-se assim, uma nova página na história de Loriga.
Sem dúvida que foi um dia diferente na nossa terra, um convívio de grande simbolismo, que para além de se recordar uma passagem na nossa história de Portugal e de Loriga, sobressaiu o encontro de muitos amigos que já há muito se não viam, numa confraternização de amizade e fraternidade.

Esteve presente o senhor presidente do Município de Seia, Carlos Filipe Camelo, e ainda vários vereadores, assim como, o presidente da Junta de freguesia António Maurício, o senhor Padre João Barroso, Pároco de Loriga, também alguns convidados e ainda muito público em geral, que numa cerimónia de grande significado, foi assim inaugurado o sonho do monumento que veio enriquecer a vila de Loriga.

António José Leitão, como porta-voz da comissão, do 1º. Encontro dos Loriguenses Ex. Combatente da Guerra do Ultramar orou da palavra dando a conhecer todo o trabalho feito, referenciado as pessoas que contribuíram para que o monumento se tornasse realidade, salientando o pouco tempo disponível para ser possível estar-se ali nesse momento a inaugurar o monumento, usou ainda da palavra o senhor presidente da Câmara de Seia e também o presidente da Junta de Freguesia, unânimes no reconhecimento deste monumento em Loriga.

De seguida deu-se inicio ao ato solene da bênção do monumento, pelo senhor Padre João Barroso, para depois se proceder a tirada das fotografias de família junto do monumento, registando-se dessa forma um momento que vai ficar na recordação de todos.

Iniciou-se depois o cortejo pela principal rua da vila de Loriga, com todos os Ex Combatentes, seus familiares e amigos a percorrerem o percurso até à Igreja Matriz, onde teve lugar a Santa Missa, terminada esta, empreendeu-se o trajeto para as instalações dos Bombeiros Voluntários de Loriga, onde decorreu o Almoço de Confraternização, que se veio a prolongar ppor toda a tarde.

(Registado aqui - Ano de 2013)


Ribeira de Loriga

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Ribeira de Loriga

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