Arquivo de Noticias - Abril de 2023


Sábado 28.4.2023 (às9h00)TMG)

Faleceu
Maria Celina Neves Nunes Madeira

Faleceu ontem sexta-feira em Várzea (Santarém) onde vivia, Maria Celina Neves Nunes Madeira, de 80 anos de idade (1942) natural de Loriga

O Funeral vai ser realizado hoje sábado na localidade de Várzea, pelas 9h30, onde será sepultada no cemitério local

À família de luto os mais sentidos pêsames


Quinta-feira 27.4.2023 (às13h00)TMG)

Faleceu
Irene Alves Moura Ribeiro

Faleceu esta madrugada, Irene Alves Moura Ribeiro, de 90 anos de idade (25.2.1933) que se encontrava bastante doente

Recorde-se que esta nossa conterrânea era utente, já algum tempo, na Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia em Loriga

O Funeral vai ser realizado em Loriga, onde será sepultada no cemitério local

À família de luto os mais sentidos pêsames


Terça-feira 25.4.2023(às07h30)TMG

O 25 de Abril - A Revolução dos Cravos
- A História do 25 de Abril -

No dia 25 de Abril é comemorado a "Revolução dos Cravos" que pôs fim ao período salazarista com a derrubada de Marcelo Caetano. Portugal, hoje membro da Comunidade Europeia, era um país atrasado em relação ao continente europeu. O país de Camões não vivia o melhor momento de sua história, o último império colonial da Europa pagava caro por este título. Angola, Moçambique e Guiné estavam em guerras de libertação da matriz desde os anos 60, além do desprestígio causado pelas conquistas de Goa, Damão e Diu, pela Índia. Portugal era integrante da ONU e da OTAN, mesmo assim era condenado por seus aliados, inclusivo, pela sua política colonialista e ditatorial.
O esforço de guerra colonial produzia um serviço militar de quatro anos de duração, repressão às opiniões contrárias à guerra, partidos e movimentos políticos, exílio de líderes da oposição e controle da imprensa e sindicatos. Todos eram suspeitos aos olhos do governo considerado fascista.
A revolução de 25 de Abril de 1974 representa muito mais que uma mudança na história do Portugal. Ela é o marco do fim do ciclo imperial iniciado com a expansão marítima no século XV. A revolução portuguesa deu esperanças aos país latinos a lutar contra as suas ditaduras.
No Chile havia sido imposto uma ditadura em nome da
"liberdade", "democracia" e "mundo livre" em 11 de Setembro de 1973 com apoio do governo estadunidense. Ou seja, seis meses apenas antes da Revolução dos Cravos.
O motivo da revolução é simples e pode ser resumido nos três dês: democratizar, descolonizar e desenvolver, que só seriam possíveis com o fim do salazarismo. António de Oliveira Salazar assumiu o cargo de Presidente do Conselho de 1932 até 1968. Governou o país com mão-de-ferro até à sua retirada por incapacitação física. Marcelo Caetano assume o seu lugar e mantém o regime por mais seis anos. Salazar tentou manter a todo o custo o fim do período colonial e dirigiu Portugal sob linha dura até a sua morte.
Com a substituição de Salazar por Marcelo Caetano, a expectativa pela liberalização do país aumentou, muito embora a demanda por mudanças superasse a meta do governo de fazer uma transição lenta, gradual e segura; para eles, obviamente.

Nos anos 70, os portugueses estavam descontentes com a decadência económica produzida pelo atraso da nação e do financiamento às guerras coloniais. Os sectores de médio e baixo escalão das forças armadas estavam ainda menos satisfeitos com guerras inúteis e governos que não os representavam.
Surge o
"Movimento dos Capitães". Eles conviviam com o sentimento de exploração, antipatia popular e o medo de serem culpados por uma nova derrota nas colónias, assim como, ocorreu nos territórios indianos. O Movimento cresce no verão de 1973/1974 e, desta vez, o povo passa a apoiar a causa dos militares como única via para acabar com o salazarismo.
O regime de 48 anos cai quase sem derramamento de sangue em poucas horas com a adesão da população. O golpe não foi uma surpresa. Em 16 de Março, oficiais de vários quartéis realizaram um golpe frustrado contra o regime. O
"putsch das Caldas da Rainha" serviu de ensaio para o golpe fatal contra o regime salazarista.
Meia-noite e vinte minutos de 25 de Abril de 1974, neste horário era dada a senha para o início do fim. A Rádio Renascença executa
"Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso, uma música proibida pela ditadura. Marcelo Caetano é "convidado" a retirar-se e se exila no Brasil, que vivia os anos negros da ditadura militar. A população festeja o fim da ditadura distribuindo cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes.
A revolução dos cravos teve três fases distintas. Até o golpe de 11 de Março de 1975 não se sabia quem controlava o país. O general António de Spínola assume a Presidência e toma atitudes polémicas como legalizar todos os partidos políticos, inclusive o Partido Comunista.
As forças de esquerda ganham cada vez mais força no país e em Setembro a MFA (Movimento das Forças Armadas) passa a dominar o governo. A MFA era influenciada pelo PCP. No mesmo ano de agitações políticas, as colónias africanas de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau conseguem suas soberanias políticas.
Era um desejo popular acabar com a ditadura, mas ao mesmo tempo era um golpe militar de facto. A peculiaridade aumenta com a segunda fase do golpe, iniciada pela tentativa frustrada de golpe de Spínola. O novo governo passa a ser controlado pelos generais Costa Gomes, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves.
Depois do 11 de Março 1975 o país começou a tomar de vez o rumo da esquerda. Bancos, indústrias e empresas de média foram nacionalizados, além do início da reforma agrária. Neste período é registado uma migração em massa para o Brasil. Em menos de um ano, cerca de meio milhão de portugueses se mudam para o continente americano num novo processo migratório.

Simbolo do 25 Abril

A vitória do moderado Partido Socialista de Mário Soares nas eleições para a Assembleia Constituinte em Abril de 1975, traz um novo momento ao período revolucionário. Inconformados com esta reviravolta, oficiais de extrema-esquerda tentam, sem sucesso, um novo golpe em 25 de Novembro de 1975. Esta tentativa frustrada põe fim ao período revolucionário.
Mesmo assim, a revolução portuguesa foi um marco para a redemocratização da península Ibérica e da América Latina. Ela foi decisiva para as eleições que trouxeram derrotas aos governos "
democráticos" no Brasil e em outros países latino-americanos sem cheiro nem sabor.
A revolução mudou de vez a vida dos portugueses. A Carta Magna de 1976 incluiu temas sociais, garantiu o processo de reforma agrária e a independência das colónias. No mesmo ano, o general António Ramalho Eanes é eleito presidente da República. Este foi o mesmo comandante que esmagou a rebelião de oficiais de esquerda. Com a derrota, Mário Soares tem de governar com a minoria no congresso. Em 1978 renuncia ao cargo devido a grave crise económica.
Mesmo atravessando instabilidades políticas, como a do fim da década de 70, a democracia sobreviveu em Portugal com a alternância entre os partidos de direita e esquerda. Actualmente, os portugueses comemoram o 25 de Abril como uma data que fez o país renascer do obscurantismo e do fascismo.

Dia 24 de Abril - Véspera da Revolução dos Cravos

Otelo Saraiva de Carvalho por volta das 22 horas do dia 24/4/1974 fardado com blusão de cabedal chega ao Regimento de Engenharia Nº1, na Pontinha. É ali que o major acompanhado de outros oficiais: Os tenentes-coronéis Garcia dos Santos e Lopes Pires, o comandante Victor Crespo, os majores Sanches Osório e José Maria Azevedo, o capitão Luís de Macedo.
Ali instalam o posto de comando num pequeno anexo com as janelas tapadas por alguns cobertores, sobre a mesa uns papéis manuscritos e um mapa de estradas do Automóvel Clube de Portugal edição de 1973 que fazia de carta operacional com os esboços das movimentações, sendo a base do
"plano geral das operações" que se dividia em duas zonas.
Zona Norte que começava no eixo a sul do Porto e Lamego para norte. Zona Sul desse eixo para sul, dividido em quatro sectores; Sector Norte, até a sul de Coimbra, Sector Centro até norte de Santarém, Sector Sul daí para sul, Sector Lisboa que também incluía Santarém. Dali do Posto de Comando com o nome de código
"Óscar" dão o conhecimento da situação e as instruções às unidades militares de todo o país envolvidas nas operações.
O primeiro sinal como combinado seria dado pelo então posto
"Emissores Associados de Lisboa" às 22:55. João Paulo Dinis era lá locutor e fizera a tropa em Bissau sob as ordens de Otelo, daí a escolha de Otelo. E cabe a Dinis às 22:55 dar voz e escolher a canção "E Depois Do Adeus" de Paulo de Carvalho, canção vencedora desse ano do Festival da Canção RTP e que iria a alguns dias representar Portugal no Festival da Eurovisão. A segunda senha é dada na "Rádio Renascença". Otelo fazia ponto de honra que fosse uma canção do Zeca Afonso e estava indeciso entre "Venham Mais Cinco" e "Trás Outro Amigo Também" eram as suas preferidas mas logo os seus camaradas fizeram notar que seriam canções muito óbvias e que iriam suscitar desconfiança.
Foi assim que o jornalista Carlos Albino sugeriu
"Grândola Vila Morena" e é esta que acaba por ir para o ar no programa "Limite" de Paulo Coelho e Leite de Vasconcelos que antes de pôr o disco recita a primeira quadra de "Grândola Vila Morena". São 0:20 e grande parte das forças envolvidas põe-se em movimento.
O Quartel-General da Região Militar de Lisboa é o centro nevrálgico das
"Forças do Regime". O edifício é tomado pelo Batalhão de Caçadores 5 com o código "Canadá". A mesma unidade também se encarrega de proteger a residência do general António de Spínola, o general Francisco Costa Gomes não foi alvo de protecção porque não dormiu em casa.
Importante é também o aeroporto da Portela, operação com o código
"Nova Iorque" que fica encarregue à Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra que às portas de Lisboa a coluna militar perde-se nas ruas e becos escuros de Camarate.
Junto ao aeroporto o capitão Costa Martins esperava a coluna da Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra e desesperava e decide neutralizar sozinho de pistola em punho a guarda do aeroporto e entrou mesmo na torre de controlo fazendo
"bluff" durante mais duma hora dizendo que o aeroporto estava cercado e para se interditar o espaço aéreo português imediatamente.
A Escola Prática de Infantaria (EPI) de Mafra, quando chega toma de imediato conta do aeroporto e ainda neutraliza o Regimento de Artilharia Ligeira 1 em Lisboa junto ao aeroporto. A Escola Prática de Transmissões fazia as escutas telefónicas militares das forças do regime que depois transmitia ao Posto de Comando.
O Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz vem a Lisboa com a missão de controlar a Ponte Sobre o Tejo, tomando posições do lado sul do Tejo (Pragal). Enquanto nas colinas adjacentes à ponte de ambos os lados a Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas toma posições apontando baterias junto ao Cristo Rei, para o Terreiro do Paço e Monsanto. A mesma unidade depois vai lá baixo à Trafaria libertar os militares que tentaram a 16 de Março o
"golpe das Caldas da Rainha" e que se encontravam presos na Casa de Reclusão da Trafaria.
Os órgãos de comunicação social também eram de crucial importância controla-los. Para isso coube à RTP (única emissora televisiva da época) ser tomada pela então, Escola Prática de Administração Militar,
(operação; código Mónaco) já que se situava na mesma rua, (Alameda das Linhas de Torres em Lisboa).
A antiga Emissora Nacional, actual RDP na rua do Quelhas foi tomada com meios limitados pelos capitães Oliveira Pimentel e Frederico de Morais mais 40 praças de especialidades diversas do Campo de Tiro da Serra da Carregueira. Na rua Sampaio Pina à porta da Rádio Clube Português estão estacionados homens do BC5 dali perto (Campolide) chefiados pelo capitão Santos Coelho e pelo Major Costa Neves da Força Aérea o qual no momento da tomada do RCP é questionado pelo porteiro; se não podiam aparecer após as 9 horas da manhã, que sempre já lá estaria mais gente para os receber!
Costa Neves e seus camaradas forçam a entrada e é esse o posto escolhido para emissor do MFA. Como previram que as forças do regime pudessem cortar as ligações às antenas do RCP do Porto Alto, tal como vieram a tentar, então a guarda das antenas ficaram a cargo da Escola Prática de Engenharia, de Tancos que também controlou a ponte de Vila Franca de Xira e a casa da moeda em Lisboa.
Então através do RCP o MFA apresenta-se ao país pela 1ª vez às 4:26 (estava previsto ser às 4 horas mas o engano de percurso da EPI em Camarate atrasou o comunicado) a voz é do jornalista Joaquim Furtado:
"Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas...".
A programação é alterada e passa o hino nacional, marchas militares e canções de protesto e de contestação. Sucedem-se os comunicados escritos por Victor Alves e Lopes Pires no quartel da Pontinha, que eram lidos aos microfones do RCP. Mediante esta situação os ouvintes ficam a par do desenrolar dos acontecimentos.
Mas a missão principal cabe ao capitão Salgueiro Maia e seus homens da Escola Prática de Cavalaria, vindos de Santarém ficam-lhes encarregues várias acções desde de
"despiste" ou seja; chamar a atenção das forças fiéis ao regime através dum itinerário ostenta tório no sentido de dispersar as capacidades inimigas. E ainda de controlar o Banco de Portugal, a Rádio Marconi e o Terreiro do Paço.
Ali, o ministro do Exército, general Andrade e Silva perante a situação manda abrir à picareta um buraco na parede do gabinete por onde foge mais os ministros da Marinha, da Defesa e do Interior acompanhados de militares de altas patentes.
Antes do golpe a Marinha e a Força Aérea haviam sido contactadas para aderirem mas garantiram a neutralidade. Mas o capitão-de-fragata Seixas Louçã que comandava a fragata "
Almirante Gago Coutinho" integrada na NATO e com grande poder de fogo, resolve, ameaçar disparar sobre o Terreiro do Paço.Ao que é posta ao corrente das baterias de artilharia, já prontas a disparar, posicionadas nas colinas junto ao Cristo Rei. A tripulação ao saber rebela-se e ao fim da manhã a fragata retira-se e vai fundear-se no Alfeite.
Momento importante, quando a coluna EPC é interceptada na Avenida Ribeira das Naus por tropas fieis ao regime comandadas pelos brigadeiro Junqueira dos Reis e o tenente-coronel Ferrand d'Almeida, com tanques Patton M47. É o próprio Salgueiro Maia que vai tentar dialogar, saindo a pé e de lenço branco na mão hasteado e uma granada escondida na outra, ao que o brigadeiro dá ordens para disparar sobre o capitão mas que ninguém obedece! E depois mesmo alguns tanques de Cavalaria 7 passam-se para o lado de Salgueiro Maia.
Outro momento muito importante dá-se às 5 horas quando o Major Silva Pais director-geral da PIDE/DGS dá conhecimento ao presidente do Conselho (função que equivale actualmente à de primeiro-ministro), Marcelo Caetano dos acontecimentos que este ainda desconhecia.
Referindo que a situação era grave e dando instruções para se refugiar o mais depressa possível no Comando-Geral da GNR no Largo do Carmo porque era um dos sítios que não se encontrava sitiado e que passava mais despercebido. Mas que veio a revelar-se uma grande armadilha! Primeiro porque soube-se da sua entrada no Quartel do Carmo às 6 horas, ao que o major Otelo deu ordens para Salgueiro Maia se dirigir para o Largo do Carmo e sitiar completamente o quartel para que não houvesse fugas pelas traseiras. Na ida da coluna de Salgueiro Maia para o Largo do Carmo, uma companhia do RI 1 comandada pelo capitão Fernandes tenta bloquear a passagem mas após curto diálogo, passam-se para o lado dos revoltosos.
Embora em telefonemas mais tarde tentassem convencer Otelo que Caetano não se encontrava lá mas Otelo sabia que era para as forças do regime ganharem tempo. E segundo porque quando as individualidades mais importantes ligadas ao regime foram socorridas pelo ar, por um helicóptero como no caso do Regimento de Lanceiros 2, esse mesmo helicóptero tentou ajudar a fuga de Marcelo Caetano, só que não havia sítio para o helicóptero aterrar e por isso Marcelo Caetano receoso permaneceu encurralado no Quartel do Carmo com blindados apontados e ouvindo uma multidão crescente que tinha acordado dum sono profundo ou que tinha aprendido ou descoberto nesse dia que existiam outras coisas como democracia e liberdade. E gritavam: Por vingança e palavras de ordem contra a ditadura e guerra colonial e outras coisas. Salgueiro Maia depois terá mesmo pedido calma ao povo de megafone em punho.
Mesmo que o regime não caísse as coisas já não seriam mais como antes, o povo nesse dia tinha ouvido coisas novas e ficou a saber em que tipos de regime e que tipos de politicos governavam o país por isso aderiram de imediato ao Movimento das Forças Armadas! O tempo passava a GNR não reagia numa tentativa de ganhar tempo. Maia dá um ultimato à GNR mas nada!
No Posto de Comando desesperavam e Otelo envia um bilhete escrito a Maia:
"Com metralhadoras rebenta com as fechaduras do portão, que é para saberem que é a sério!" Ás 15:10 são dados 10 minutos. (Temia-se que um helicóptero afecto às Forças do Regime pudesse largar uma bomba sobre as forças revoltosas no Largo do Carmo). Após o prazo esgotado, às 15:25 as metralhadoras duma viatura chaimite disparam contra a frontaria do quartel. Como não houvera reacção da parte do quartel, passado algum tempo um blindado toma posição de canhão apontado e é nesse momento que surgem dois civis: Pedro Feytor Pinto e Nuno Távora, quadros da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, medianeiros entre Spínola e Caetano, este último melindrado com a situação dizia: "Não quero que o poder cai na rua".
Feytor Pinto telefona a Otelo que em nome do MFA, mandata o general Spínola para receber a rendição de Caetano. Às 18 horas, chega Spínola de automóvel com farda Nº 1. Caetano submete-se e entrega a Spínola o poder e pede protecção. Spínola transmite a Caetano a intenção do MFA de o enviar para o Funchal. (Iria partir para o Funchal no dia seguinte pelas 7 horas, a ele juntaram-lhe também entre outros o Presidente da Republica Almirante Américo Tomás que durante a longa noite da revolução não deu sinal de vida, como se não fosse nada com ele, passou o dia na sua casa no Restelo, saindo sobre escolta para o aeroporto).
E assim às 19:30 sai do quartel o chaimite
"Bula", no interior vão Marcelo Caetano e António Spínola em direcção à Pontinha, por entre uma multidão eufórica que celebra a "Liberdade" com cravos vermelhos. Às 19:50 é emitido o comunicado: "O Posto de Comando do MFA informa que se concretizou a queda do Governo, tendo Sua Excelência o Professor Marcelo Caetano apresentado a sua rendição incondicional a sua Excelência o General António de Spínola". Logo após as 20 horas é lida no RCP a "Proclamação do Movimento das Forças Armadas". E à 1:30 já do dia 26/4/74 aparecem na televisão as novas caras do poder: A Junta de Salvação Nacional, como presidente, António de Spínola, em que lê uma proclamação ao país: Um novo regime. A democracia. A paz.

PORTUGAL - Anterior ao 25/4/74 e suas causas

Desde as lutas liberais na primeira metade do século XIX que o país vive divisões e conflitos internos. Ainda assim foi um período de progresso sobretudo na segunda parte do século XIX, contudo a tensão foi enorme nas últimas décadas da monarquia e que se acentuara após a república, com sucessivos governos a "caírem" e inflações descontroladas. É neste cenário de instabilidade e marasmo que na sequência dum golpe militar (de generais a 28/05/1926) que inicia-se o "estado novo" e que viria a terminar também através dum golpe militar (mas de capitães em 25/4/1974).
António Oliveira Salazar que no inicio era ministro das finanças, teve o dom de controlar a inflação, passou a presidente do conselho aquando da remodelação do governo em 1933, começando aí a designação
"Estado Novo". De inspiração fascista (como em alguns países na Europa à época).
Regime fortemente centralizado pelo governo/estado e ditatorial. Para isso conseguiu impor finalmente uma acalmia e uma ordem social no país, contando para isso com uma polícia específica para o efeito. Primeiramente PVDE (Policia de Vigilância e de Defesa do Estado).
Depois alteraram o nome para PIDE (Policia Internacional e de Defesa do Estado) este foi o nome que perdurou mais tempo, por fim DGS (Direcção Geral de Segurança) já com Marcelo Caetano em presidente do conselho de ministros (1968) após saída de Salazar por incapacidade sobretudo física provocada por uma queda quando sentado numa cadeira em São Pedro do Estoril que também lhe provocou lesões cerebrais.
Após a 2ª guerra mundial o mundo transformava-se enquanto Portugal mantinha-se estático e inabalável como se o tempo tivesse parado. As potências coloniais começavam a desfazer os seus impérios enquanto Portugal mantinha o seu império através da força de defesa militar, que teve inicio em 1961 na Guiné-Bissau e que depressa se estendeu à Angola e Moçambique. (Já nesse ano de 1961 Portugal tinha perdido as praças de Goa, Damão e Diu para a União Indiana).
A guerra em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau aumentava, o inimigo cada vez mais bem apetrechado belicamente sobretudo com armas Soviéticas mas também Americanas. O inimigo actuava em guerrilha no mato. Os anos sucediam-se e a guerra sem fim à vista cansava o sector militar que já mostrava algum cansaço.
Na Guiné-Bissau a situação era já tão descontrolada que na reunião da ONU de 25/9/73, 47 países reconheceram a Guiné-Bissau como independente! A sociedade civil também descontente em que as famílias Portuguesas viam os seus filhos partirem para uma guerra longe com um tempo de serviço militar obrigatório quase sempre superior a três anos! A fadiga e o descontentamento militar levaram os militares a fazerem reuniões secretas que começaram em Agosto e Setembro de 1973 e que se prolongaram pelo inicio de 1974. (Em 22/2/74 sai o livro
"Portugal e o futuro" de A. Spínola).
No inicio de 1974 Marcelo Caetano em visita a Londres foi recebido em ambiente hostil e de contestação devido à situação colonial. Das reuniões secretas nasce a ideia do golpe de 16/4/74 do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha (cerca de 200 homens entre praças, sargentos e oficiais), que mal planeado, a 3 quilómetros de Lisboa souberam que estavam sozinhos e voltaram para trás, vindo a ser detidos. 11 ficaram detidos na Trafaria.
Ficou no pensamento dos militares amigos dos detidos irem salva-los mas sem serem presos, daí o golpe de estado
"25 de Abril" ter-se dado pela questão militar do Ultramar e não pela razão do regime ser uma ditadura anti-democrática e contra a liberdade de expressão, já que politicamente os opositores ao regime estavam exilados ou presos e não tinham qualquer poder ou forma de fazer face ao regime pela força. A sua força era a cultura de outros ideais que irritavam o governo fascista que queria manter a situação imutável e o povo na ignorância.

VIVA O DIA 25 DE ABRIL


Quarta-feira 19.4.2023 (às15h00)TMG)

Faleceu
Maria Irene Brito Moura

Faleceu hoje (quarta-feira) em Seia, Maria Irene Brito Moura, de 82 anos de idade (16.3.1941)

O Funeral vai ser realizado em Seia, onde será sepultada no cemitério local

À família de luto os mais sentidos pêsames


Domingo 16.4.2023 (às10h00)TMG)

41º. Aniversário
Bombeiros Voluntários de Loriga

Hoje está de Parabéns a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, ao celebrarer o 41º. Aniversário da sua fundação 16.4 1982, um sonho tornado realidade depois de um longo percurso levado a efeito por Loriguenses de evidenciado bairrismos, simbolizados na figura de Herculano Leitão (12.8.1914 - 13.4.1997) o grande impulsionador.

Recordando alguns recortes da história das Instalações do Quartel dos Bombeiros, devemos dizer que quando da sua fundação em 1982, começou a funcionar, a título provisório, numa dependência do prédio da Fundação Cardoso de Moura, situado na Rua Coronel Reis (Rua da Amoreira).
Entretanto, uma casa pré fabricada em madeira, que o povo chamava de "Barracão" instalada no Largo do Santo António, que servia de apoio às obras do saneamento público em curso na Vila de Loriga, foi esta transferida deste local para o Bairro das Penedas, na altura em que se estava a iniciar a construção deste novo Bairro, para ali projetado. Com a colocação desta casa pré-fabricada naquele local, surgiu de imediato a ideia, de ali instalar, ainda que provisoriamente, a sede dos Bombeiros o que aconteceu no ano de 1984. Assim, o "Barracão", ficou para a história da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, como o seu primeiro quartel
Nessa altura era também utilizada a garagem da casa do senhor Horácio Ortigueira ali bem perto do Bairro das Penedas, que foi destinada para guardar a ambulância ou outras viaturas, tendo sido de importância vital a disponibilidade dessas instalações para esse efeito, assim como, ali chegou a ser guardado muita da documentação relacionada quando da fundação e dos primeiros anos dos Bombeiros.
Ao ser fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, de imediato foi idealizado a construção de um Quartel dos Bombeiros. Só que, por mais vontade que houvesse, a mesma foi sendo adiada, não só pela falta de terrenos disponíveis, mas também, porque os locais e terrenos anunciados nem sempre tinham o consenso geral.
Na década de 1990, foi projetado a construção de um mercado em Loriga, sendo designado uma das parcelas dos terrenos da "Malhada da Redondinha" e, na restante parcela daquele terreno, veio mais tarde a ser construída a Escola EB 2.3 Dr. Reis Leitão.
Assim, no ano de 1989, começaram as obras para a construção desse mercado, no local mais conhecido por "Volta", obras que se arrastaram ao longo de cinco anos, sem que o mercado ali fosse instalado, com o imóvel já concluído, surgiu então a ideia de, nesse imóvel, instalar provisoriamente os Bombeiros até à construção do um novo Quartel, tendo até sido efetuadas algumas alterações para esse efeito.
Finalmente em 1995, ficaram concluídas as obras de alteração daquele imóvel e, de imediato, para ali se mudou a instituição dos Bombeiros, onde permaneceu longos anos, apesar de deixarem de ter condições para dar resposta às atuais necessidades da nossa corporação dos Bombeiros Voluntários de Loriga.
Finalmente, nos últimos anos do século passado, foi encontrada a solução do terreno para a construção do Quartel, começando então um longo percurso burocrático com vista à expropriação do terreno no local conhecido pelo "Tapado" localizado no Outeiro, onde hoje são as instalações.
Em 21 de Agosto 2006, tiveram inicio as obras para a onstrução do Quartel do Bombeiros. data que ficou registada na história da Vila de Loriga e desta Associação, com a movimentação das máquinas e a população loriguense poder assim constatar finalmente com esta realidade do início da obra, que era uma carência à muita reclamada e de inteira necessidade.
Foi-se depois conhecendo avanços e recuos, até que finalmente no ano de 2012, as obras tiveram um impulso bem significativo, que mesmo considerando a obras ainda não estarem terminadas, em 31 de Agosto de 2012, foi concluída a transferência dos Bombeiros para o novo Quartel,sendo assim concretizado o sonho, ficando também previsto mais lá para a frente a cerimónia oficial da sua inauguração, o que veio assim acontecer.

Instalações dos Bombeiros (Ano 1984)

Instalações dos Bombeiros até Agosto/2012

Actual Instalações dos Bombeiros a partir de Agosto/2012


Quinta-feira 13.4.2023 (às12h00)TMG)

Recordar um Efeméride
Ano 1933 - A "Chuva das Estrelas"

Faz neste mês de Abril 90 anos, de um fenómeno bem visível pela noite no céu da Europa, que originou um pânico generalizado, quando "estrelas cadentes" numa constante movimentação, pareciam querer cair na Terra, que o povo passou a cognominar como a "Chuva das Estrelas".
Nessa noite também em Loriga e por escritos existentes, dá-nos conta de o acontecimento ter sido bem contemplado no firmamento, que motivou um enorme receio e pânico, com grande parte da população a refugiar-se na Igreja Paroquial, que ficou completamente á pinha sem mais ninguém poder caber, com toda a gente a rezar devotamente e com muita fé, levando ao pensamento de todos que era o fim do mundo.

"Recordamos que durante muito tempo as "estrelas cadentes" foram interpretadas como corpos atmosféricos misteriosos e atribuía-se-lhes o prenúncio de eventos maléficos. Os gregos sabiam já que este fenómeno não correspondia à mudança ou queda de estrelas reais, pois estas eram fixas e distantes, mas não encontraram uma explicação para os rastos luminosos do firmamento.

Sabe-se hoje que o conhecido fenómeno das "estrelas cadentes" ou meteoros, como corretamente deve ser designado, é produzido por pequenos corpos, não maiores que uma ervilha, que, gravitando em torno do Sol, ao atingirem em grande velocidade a atmosfera terrestre, tornam-se incandescentes pelo choque com as moléculas de ar, reduzindo-se na maioria a pó antes de alcançarem o solo".


Terça-feira 11.4.2023 (às21h00)TMG)

Faleceu
Maria de Lurdes Lages Pinto

Faleceu hoje terça-feira em Fátima onde vivia, Maria de Lurdes Lages Pinto, de 87 anos de idade (15.6.1935)

O seu corpo será cremado, com o funeral a ser realizado em Fátima, onde as suas cinzas irão repousar no cemitério local

À família de luto os mais sentidos pêsames


Sábado 8.4.2023 às11H00) TMG

89º. Aniversário
- Do Grupo Desportivo Loriguense -

Faz hoje 89º. Aniversário da fundação do nosso popular Grupo Desportivo Loriguense, (8 de Abril de 1934) fundado pelos Srs. Manuel Gomes Leitão; Carlos Nunes Pina; António Nunes Ribeiro e Joaquim Gonçalves Brito, quando, na década de 1930, muita juventude despontava já para a prática do desporto, sendo o desporto e a cultura os principais objectivos dessa fundação.
O primeiro equipamento do Grupo Desportivo, em segunda mão, foi oferecido por Manuel Gomes Leitão, um dos fundadores. A primeira Sede foi no Terreiro da Lição, quatro anos depois em 1938, passou a ser na Rua Viriato onde ali esteve sediada durante 75 anos.
Em 2013 a sede do Grupo Desportivo Loriguense, passou para a Rua do Regato (antigas instalações do Bombeiros Voluntários de Loriga) instalações cedidas, a título comodato, depois de obras de restauro que foi preciso efectuar, por motivo de estarem muito degradadas.

Parabéns ao nosso popular Grupo Desportivo Loriguense